Estudo indica que omissão do governo fez explodir violência no Piauí

Resultado da política desastrosa da gestão Wellington Dias

Por Redação portal AZ,

Plano de segurança pública do Piauí, idealizado em 2015, mas somente concluído e lançado em 2018, não trouxe nenhuma ação para monitorar – e portando enfrentar e reduzir – as mortes violentas de jovens. 

Foto: (Foto: Ilustrativa/Exame)violência

Em meio a isso, a morte de jovens (pessoas de 15 a 29 anos) foi se ampliando na esteira da consolidação do domínio das facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), do Bonde dos 40 (B-40) e Comando Vermelho (CV) no Litoral do Estado.

Essa é uma das afirmações presentes no estudo “O galope da violência: Segurança Pública no Piauí e a crônica de uma tragédia anunciada”, dos cientista sociais Lila Cristina Xavier Luz  e Marcondes Brito da Costa, que alertam para o fato de que mesmo havendo a percepção da presença dessas organizações criminosas, “o plano de segurança negligenciou não apenas a presença e capilarizarão dos grupos criminais, mas também suas disputas por territórios nas cidades maiores (em Parnaíba, entre CV e a Guardiões do Estado-CE).”

Foto: Foto: reproduçãoAdolescente encontrado morto no litoral piauiense em setembro
Adolescente encontrado morto no litoral piauiense em setembro

Violência no litoral 

O Litoral é um campo de batalha desses grupos criminosos, alertam os pesquisadores, que destacam a disputa violenta pelo monopólio do mercado de drogas nos territórios. 

Para além disso, deu-se o que os dois pesquisadores classificam como “legitimação do processo de consolidação das organizações criminais nos territórios, nas penitenciárias e as rebeliões entre os anos de 2013 e 2015 que aconteceram no Piauí tiveram dentre várias motivações, demandas da presença do PCC e do Bonde dos 40”.

Foto: Foto: reproduçãoApreensão da Polícia Militar em Cajueiro da Praia, em setembro de 2022
Apreensão da Polícia Militar em Cajueiro da Praia, em setembro de 2022

Outro indicador negativo da presença das facções criminosas foi o aumento do número de armas de fogo apreendidas. 

“No período de 2018 a 2021, houve crescimento de 89,4% na taxa de armas de fogo apreendidas pelas polícias, nos roubos a estabelecimentos comerciais e a residências”, diz o estudo, que relaciona essa situação à omissão do plano de segurança quanto à atuação das facções criminosas e ao recrutamento de jovens pelo crime organizado.

Não parece sem razão que na esteira desse aumento e consolidação das facções criminosas, os indicadores de violência tiveram acelerada negativação. 

Exemplo é o aumento do número de desaparecidos no Estado e das mortes de policiais entre 2018 e 2021, quando a taxa de homicídio de agentes públicos de segurança aumentou em 102,3%.

Crianças e adolescentes também recebem os reflexos negativos da omissão e negligência do governo em enfrentar as facções criminosas. Sem apresentar estatísticas, os estudiosos dizem que a violência contra crianças e adolescentes teve “crescimento que, em certa medida, tem estado relacionado à incorporação de adolescentes e jovens às fileiras da dinâmica criminal imposta pelos grupos faccionais”.

MAIS GENTE PRESA

Nem mesmo pretendendo mais, o Piauí conseguiu reduzir a violência. Segundo o estudo, nos últimos quatro houve crescimento de 34,3% na taxa de pessoas privadas de liberdade. Isso piorou as condições em que as pessoas presas estão vivendo , porque das 17 unidades penais do Piauí, apenas cinco têm uma boa proporção de presos por vaga, havendo em quatro delas havia até o dobro de presos por vagas; e em quatro unidades prisionais havia três vezes mais detentos que o número de vagas.

“Isso facilita a ação de grupos criminais, que passam a regular um conjunto de relações no interior dessas unidades”, alertam os pesquisadores, que calculam em 1.827 a necessidade de vagas para acabar com a superlotação nos presídios.

POLICIAIS DE MENOS 

Além de não enfrentar a ação das facções criminosas, o governo do Piauí também foi negligente e omisso nos últimos anos na expansão do número de policiais. O Estado tem menos policiais que o necessário e gasta menos que o que é preciso com segurança pública.

O estudo indica que  o Piauí tem o menor contingente policial do Brasil. São 5.570 policiais militares e 1.468 policiais civis para dar conta do policiamento de 224 cidades, dados de março de 2022. 
Além disso, houve um investimento decrescente na segurança pública nos últimos quatro anos, que caiu de R$ 287,32 per capita em despesas realizadas com a função Segurança Pública em 2018, para R$ 256,12 em 2021 – mesmo antes da pandemia, já se verificava uma redução entre os anos de 2018 e 20 19, no qual foram gastos R$ 276,54 per capita com segurança pública.

Fonte: Redação portal AZ

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