Mais de cem piauienses são resgatados de trabalho escravo em MG e GO

Este é o segundo caso de resgate de trabalhadores piauienses em Goiás somente este ano

Por Redação do Portal AZ,

Mais de 200 trabalhadores foram resgatados em uma operação do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo em usinas de álcool e produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais e Goiás. Dentre eles, 117 eram piauienses que haviam sido traficados para trabalhar em condições análogas às de escravidão nos municípios de Araporã (MG), Itumbiara e Edeia (GO).

Foto: Divulgação / MPTMais da metade dos trabalhadores resgatados eram do Piauí
Mais da metade dos trabalhadores resgatados eram do Piauí

O Procurador-chefe do MPT no Piauí, Edno Moura, destacou que esse é o segundo caso de resgate de trabalhadores piauienses em Goiás somente este ano. Na primeira operação, 78 trabalhadores do Estado estavam entre os traficados. Segundo ele, muitos piauienses são traficados para outros estados com falsas promessas de salários, alojamentos e alimentação adequada, mas acabam sendo submetidos a condições de trabalho degradantes.

Foto: Divulgação / MPTUm dos alojamentos onde os trabalhadores ficavam
Um dos alojamentos onde os trabalhadores ficavam

Durante a fiscalização, foram encontradas várias irregularidades, como a cobrança pelos aluguéis dos barracos usados como alojamentos, o não fornecimento de alimentação e cobrança pelo fornecimento de ferramentas de trabalho pelos empregadores. Além disso, não havia instalações sanitárias nas frentes de trabalho, fornecimento de equipamentos adequados de proteção e a aplicação de agrotóxicos ocorria nas áreas onde os trabalhadores estavam.

Foto: Divulgação / MPTAlojamentos ficavam na mesma área de aplicação dos agrotóxicos
Alojamentos ficavam na mesma área de aplicação dos agrotóxicos

Os trabalhadores resgatados têm direito a receber três parcelas do seguro-desemprego e os empregadores devem pagar R$ 2,57 milhões em verbas rescisórias e R$ 5 milhões como dano moral coletivo proposto pelo Ministério Público do Trabalho, mas ainda não há acordo com as empresas. 

A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar a prática do crime de submissão de trabalhadores a condições análogas à de escravo. A operação foi realizada de forma conjunta com representantes do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e a Polícia Federal de Jataí.

Fonte: MPT

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