Denúncia: crianças de orfanato são abandonadas pelo Estado
Elas foram retiradas da casa que ameaçava cair e levadas para local muito pior
Mais de quarenta crianças do orfanato Maria João de Deus, mantido pela Secretaria de Ação Social do Estado do Piauí-SASC, foram agora abandonadas pelo Estado, que as deixou em uma casa sem estrutura para acolhimento, depois que o abrigo em que viviam, na Zona Norte, ameaçou de desabamento das paredes e foi interditado pela Defesa Civil, no último mês de janeiro.
Na casa alugada às pressas, na rua José Cortez- nº 789, segundo relato de funcionários pelo valor de R$ 14 mil, que seria de um amigo da Secretária Regina Souza, não há espaço para acomodar todas as crianças, que não param de chegar, levando muitos a dormirem em colchões no chão. O Ministério Público recomendou apenas 20 crianças para serem alojadas na casa e no local tem mais de 40.
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A grave situação do abrigo se expande para as outras casas de acolhimento no estado, onde falta o básico para manter os diversos grupos em vulnerabilidade social.
Elas também estão sem gestor, já que a coordenadora do abrigo está afastada desde janeiro, para tratamento de saúde. As dificuldades para as crianças especiais, principalmente as com dificuldades de locomação, dobraram na casa que não oferece espaço destinado a banhos e asseios, não tem banheiras, nem área livre para brincadeiras e estudos.
Outro grande problema é uma piscina com água que, segundo relatos de funcionários, o proprietário não autorizou seca-la, embora ciente de que o imóvel seria para acolher crinças sob a tutela do Estado e que se está em alerta para as doenças causados pelo mosquito da Dengue.
A falta de segurança é outro problema grave. De acordo com denuncias, a casa não tem tranca em nenhuma das portas da residencia, e os dois policiais que faziam a segurança do abrigo, ficaram vigiando o prédio vazio. Para os funcionários, ficou claro que a SASC prefere proteger o patrimônio preste a desabar a guardar as crianças que estão sob sua tutela. Como 90% dos funcionários que cuidam das crianças são mulheres, o medo de se tornou uma constante no dia a dia da casa .
O drama dos funcionários
A situação dos servidores do abrigo é outro descaso da SASC. Segundo relatos, a maioria está praticamente pagando para trabalhar, já que chegam a pegar até quatro conduções para chegar no local. Eles contam que todas as queixas foram encaminhadas a SASC, que alega não ter condições de pagar passagens de ônibus para deslocamento.
Segundo relatos, a maioria das cuidadoras estão acometidas de dores na coluna, nas pernas devido aos serviços com as crianças nessas condições precárias. Muitas até desenvolveram ansiedade e estresse devido as péssimas condições de trabalho.
Fonte: PORTAL AZ