Ciro Nogueira diz que extremismo é uma toxina que contamina o centro político
Nessa mesma toada, Ciro diz que foi pelo centro que “Lula exorcizou radicalismos”
Em artigo publicado na edição impressa do jornal Folha de S Paulo esta quarta-feira, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) usa termos médicos ao classificar os extremos do espectro político como “uma toxina que causa alucinações”, cujos efeitos ele diagnostica como passageiros, mas fortes o bastante para contaminar o centro do espetro político.
Escreve Ciro Nogueira que haveria um “princípio ativo” para a vertigem política que decorre do extremismo, que levaria à ideia de que todas as formas de pensamento político se resumiriam a dois polos mutuamente antagônicos.
Nesse contexto, vê que um caso clínico, pois afirma que “no auge dessa patologia (o extremismo mutuamente antagônico), os setores do centro do espectro político se viram forçados a fazer opões não pelo apoio às pautas de um dos polos, mas de repulsa às pautas que um outro polo pudesse representar”.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
Depois, utilizando um conhecido dilema (“A escolha de Sofia”) trata o tema como “o que há de pior na polarização: escolher não o melhor, mas o menor pior, porque a oferta final da polarização é escolher entre o ruim e o pior”. Assim, Ciro Nogueira propugna que o centro nunca foi nem de esquerda ou direita, e sim sempre conservador.
Cita como exemplo da sua ideia de conservadorismo o fato de na Constituinte o centro ter combatido “ideias atrasadas” de matriz soviética, ao mesmo tempo em que conservou os direitos trabalhistas da era Vargas, o direito de propriedade, além de ter conservador “o tecido social brasileiro, sem impedir avanços históricos como o SUS”.
O texto de Ciro Nogueira dá ao centro protagonismo no fim da ditadura civil-militar, com a criação da Frente Liberal (dissidência do partido do regime, o PDS), papel que o senador também diz ter sido exercido no “impeachment” do ex-presidente Fernando Collor, garantindo que “não houvesse fraturas institucionais”.
Essa mesma postura conservadora do centro é destacada pelo senador no apoio ao Plano Real, de 1994, e no que chamou de “colapso do governo Dilma”, quando o centro “teve de conservar a democracia”, em processo de impeachment que o PT e aliados chamaram de golpe.
Nessa mesma toada, Ciro diz que foi pelo centro que “Lula exorcizou radicalismos” e que Bolsonaro “fez uma autocrítica em relação à antipolítica e entendeu a importância do diálogo com o Congresso”.
O senador afirma que “conservadorismo demais é tacanho” e “extremismo, também”.
Fonte: Portal AZ