Rússia e China celebram vitória na 2ª Guerra em meio à guerra na Ucrânia

Putin e Xi reforçam aliança estratégica durante desfile militar em Moscou

Por Viviane Setragni,

Nesta sexta-feira (9), a Rússia celebrou o 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista com um grandioso desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou. O evento contou com a presença do presidente chinês, Xi Jinping, e de líderes de países como Brasil, Venezuela, Cuba, Sérvia e Eslováquia. A ausência de representantes das principais potências ocidentais evidenciou o isolamento diplomático da Rússia em razão da guerra na Ucrânia.

Durante a cerimônia, o presidente Vladimir Putin comparou a atual ofensiva na Ucrânia à luta contra o nazismo, buscando legitimar a invasão iniciada em 2022. Putin afirmou que os sacrifícios feitos pelos povos russo e chinês durante a Segunda Guerra Mundial jamais devem ser esquecidos. A presença de tropas chinesas desfilando ao lado das russas simbolizou a crescente cooperação militar entre os dois países.

A aliança entre Rússia e China tem se fortalecido desde o início do conflito na Ucrânia. Pequim tem fornecido apoio econômico e tecnológico a Moscou, incluindo a exportação de semicondutores e drones de uso dual, além de manter um comércio energético robusto. Em 2023, a China tornou-se o principal comprador de petróleo russo, importando 107 milhões de toneladas, um aumento de 24% em relação ao ano anterior. 

Apesar de se declarar neutra, a China tem sido criticada por países ocidentais por seu apoio indireto à Rússia. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o apoio chinês tem sido crucial para a continuidade da guerra na Ucrânia. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também instou Pequim a cessar qualquer apoio material e político ao esforço bélico russo. 

A presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no desfile gerou controvérsias. Como único líder de uma grande democracia presente no evento, Lula justificou sua participação como parte de uma política externa independente e multilateral. 

Enquanto isso, a guerra na Ucrânia continua sem perspectiva de resolução. A Ucrânia intensificou ataques com drones contra Moscou nos dias que antecederam o desfile, embora tenha evitado ações durante o evento devido à presença de líderes estrangeiros. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o desfile como um ato cínico por parte das tropas agressoras. 

Fonte: Infomoney

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