Advogada relata situação de resgatados em condições análogas á escravidão no RS
Defensora Luciana Vieira e sócia representam cinco safristas encontrados em condições degradantes em um albergue
A advogada Luciana Vieira, que representa cinco safristas resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, o medo de possíveis represálias tem pautado os dias após a saída do alojamento em que foram encontrados.

''Estão, de fato, muito assustados. Eu não tenho como descrever o trauma que esses homens sofreram. Eu só consigo dizer que tá sendo muito doloroso. Apesar de estarem na cidade deles, com a família, o medo ainda persiste. O abalo psicológico é evidente'', diz a advogada.
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Em manifestação anterior, o advogado Augusto Werner, que defende a Fênix Serviços Administrativos e Apoio a Gestão de Saúde LTDA, disse que “não aceitamos qualquer tipo de trabalho ilegal” e que “mantém aberto canal de conversação para instituições que quiserem comprovar que não há irregularidades na nossa empresa”. A empresa oferecia mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton.
Em razão da questão emocional, a defensora explica que, neste primeiro momento, está priorizando o acolhimento dos trabalhadores para depois resolver a parte burocrática. Segundo ela, há relatos de insônia e de imunidade baixa. Outros têm adotado o silêncio.
''Não querem mais falar. Um deles chegou sem celular, porque quebraram. Ele ficou uns dias sem, adquiriu um novo, mas já está pensando em trocar o número, porque não quer que as pessoas entrem em contato com ele'', relata a defensora.
Fonte: G1