Pantanal sofre com degradação de 9% devido a incêndios nos últimos cinco anos

Rede Mapbiomas revela dados alarmantes sobre degradação de áreas flores

Por Dominic Ferreira,

Um levantamento recente da rede Mapbiomas revelou que cerca de 9% da vegetação do Pantanal pode ter sido degradada por incêndios nos últimos cinco anos. A estimativa faz parte de um estudo abrangente sobre a degradação de áreas florestais, que abrange o período de 1986 a 2021. De acordo com o estudo, a área degradada no bioma durante esse período pode variar entre 800 mil hectares (6,8%) e 2,1 milhões de hectares (quase 19%).

Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência BrasilCapa

A rede Mapbiomas, que reúne organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no Brasil, lançou nesta sexta-feira (5) uma nova plataforma sobre a degradação das áreas florestais. Os dados, mapas e códigos produzidos estão disponíveis gratuitamente ao público.

Áreas consideradas degradadas são aquelas que, embora não tenham sido completamente desmatadas, sofreram alterações significativas na composição biológica. Entre os fatores de degradação considerados pelo Mapbiomas estão o tamanho e o nível de isolamento dos fragmentos florestais, a frequência das queimadas, a invasão por espécies exóticas e o pisoteio por rebanhos.

Junho deste ano registrou a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul desde 2012, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, superando a média histórica de 8 mil hectares para o mês.

A área atingida em junho também ficou acima da média histórica de setembro, quando o bioma costuma queimar cerca de 406 mil hectares. Até o início de julho, o acumulado de 2024 chegou a 712 mil hectares queimados, representando 4,72% do Pantanal.

A Polícia Federal está investigando a origem dos incêndios, e segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, 85% dos focos ocorrem em terras privadas.

O estudo da Mapbiomas também revelou que um quarto (25%) da vegetação nativa do Brasil pode estar sujeita à degradação. Entre 1986 e 2021, entre 11% e 25% das matas do país foram expostas a processos destrutivos, totalizando entre 60,3 milhões e 135 milhões de hectares.

A Mata Atlântica é o bioma mais degradado proporcionalmente, com entre 36% e 73% dos remanescentes de vegetação expostos à degradação, equivalente a entre 12 milhões e 24 milhões de hectares.

Em termos absolutos, o Cerrado é o bioma com maior degradação, variando entre 18,3 milhões e 43 milhões de hectares (de 19,2% a 45,3% da vegetação restante). A Amazônia ocupa a segunda posição, com uma área degradada que pode variar entre 19 milhões e 34 milhões de hectares, correspondendo a entre 5,4% e 9,8% do bioma.

Fonte: Agência Brasil

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