Auditoria do INTERPI revela grilagem em área da Mata Atlântica no sul do Piauí

Operação conjunta prende dois suspeitos por ocupação ilegal e desmatamento de terras públicas

Por Carlos Sousa,

Uma auditoria conduzida pelo Instituto de Terras do Piauí (INTERPI) confirmou a ocupação irregular de 1.432 hectares de terras públicas no sul do estado. Entre essas áreas, 333 hectares pertencem à Mata Atlântica, bioma protegido por legislação ambiental e classificado como de preservação permanente.

Foto: Divulgação/Rede de ONGsalém da ocupação irregular, há indícios de falsificação de documentos, corrupção de servidores públicos e outros crimes
além da ocupação irregular, há indícios de falsificação de documentos, corrupção de servidores públicos e outros crimes

A partir dessa constatação, foi deflagrada uma operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), com o apoio das Polícias Civis do Piauí, Paraná e Mato Grosso, da Polícia Militar do Mato Grosso e da Superintendência de Operações Integradas (SOI). A ação resultou na prisão de dois suspeitos: o gerente J.M.D. e o empresário R.M., proprietário da Fazenda Mundo Novo, situada entre os municípios de Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia.

As investigações tiveram início em 2024, após denúncias sobre crimes ambientais e grilagem. Em uma das diligências iniciais, dois tratoristas foram presos em flagrante enquanto realizavam o desmatamento da área. Eles afirmaram desconhecer que a terra era pública e disseram ter sido contratados pelo gerente da fazenda.

“Foi a primeira vez que efetuamos a prisão de um gerente de fazenda e de um empresário do setor, com envolvimento direto em desmatamento ilegal. A denúncia inicial foi feita à Secretaria de Meio Ambiente (SEMAR), o que nos permitiu dar início a um processo longo de apuração”, relatou o delegado de Meio Ambiente, Willame Moraes.

Além da ocupação indevida, a Polícia Civil aponta indícios de falsificação documental, corrupção de servidores públicos, porte ilegal de armas, ameaça e incêndio criminoso. O objetivo do esquema seria legalizar irregularmente as terras públicas para posterior revenda com alto lucro.

Os detidos responderão pelos crimes de organização criminosa, invasão de terras públicas (grilagem), desmatamento ilegal, destruição de floresta protegida e outros delitos associados. Ambos seguem à disposição da Justiça do Piauí.

Fonte: INTERPI

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