Embaixada do Brasil é atacada durante protesto na República Democrática do Congo

Manifestantes em Kinshasa investem contra representações diplomáticas em meio a conflitos no leste do país

Por Viviane Setragni,

A Embaixada do Brasil em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC), foi alvo de ataques nesta terça-feira (28), durante protestos relacionados a intensificação dos conflitos na região leste do país. Além da representação brasileira, as embaixadas dos Estados Unidos, França, Bélgica e Ruanda também foram atacadas por manifestantes que expressavam descontentamento com o avanço do grupo rebelde M23 em Goma, principal cidade do leste congolês.

Foto: Valter Campanato/Agência BrasilO governo brasileiro já havia manifestado preocupação com o aumento da violência no leste da RDC, especialmente em Goma
O governo brasileiro já havia manifestado preocupação com o aumento da violência no leste da RDC, especialmente em Goma

Em nota oficial, o Itamaraty manifestou "grave preocupação" com os incidentes e informou que todos os funcionários da embaixada brasileira estão em segurança. O comunicado destacou o princípio da inviolabilidade das missões diplomáticas e a obrigação do país anfitrião de garantir a proteção do pessoal e das instalações das missões estrangeiras. O governo brasileiro reiterou a confiança de que as autoridades congolesas tomarão medidas para controlar a situação.

Durante o ataque, a bandeira brasileira foi retirada e levada pela multidão, conforme relatado pelo Itamaraty. Os protestos ocorreram em meio a uma escalada de violência no leste da RDC, onde o grupo rebelde M23 tomou o controle do aeroporto de Goma, após capturar a cidade em uma ofensiva que resultou em várias mortes. A situação é considerada a maior escalada do conflito desde 2012, em uma disputa que já dura três décadas pelo controle dos recursos minerais do país.

O Conselho de Segurança da ONU pediu o fim da ofensiva do M23 no Congo, ressaltando que o grupo estaria violando o cessar-fogo definido em processos de paz. A ONU também expressou preocupação com relatos de que o M23 estaria sendo financiado pelo governo de Ruanda, embora essa informação não tenha sido confirmada.

O governo brasileiro já havia manifestado preocupação com o aumento da violência no leste da RDC, especialmente em Goma, e com os ataques contra tropas da ONU e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, que resultaram na morte de 13 integrantes dessas forças. O Brasil é um contribuinte tradicional da missão da ONU no país, atualmente com a participação de 22 militares.

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Fonte: R7

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