IBGE inicia coleta do Censo Demográfico entre os quilombolas do Piauí

O evento para marcar o início da coleta será realizado no Quilombo Mimbó

Por Redação do Portal AZ,

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inicia a coleta do Censo Demográfico entre os quilombolas do Piauí. O evento para marcar o início da coleta será realizado nesta quarta-feira (17), no Quilombo Mimbó, localizado na zona rural de Amarante. 

IBGE iniciará coleta do Censo Demográfico entre os quilombolas do Piauí (Foto: IBGE)

De acordo com o IBGE, o Mimbó é formado por casas simples, distribuídas em apenas cinco ruas, sendo que a principal e mais extensa é onde se localizam a maioria das residências. A comunidade possui uma escola – que atende crianças até o 5º ano do Ensino Fundamental – e um posto de saúde em funcionamento. Os moradores têm acesso à energia elétrica, água e internet.

Os descendentes de escravizados ainda relatam ter de enfrentar preconceito para conseguir acesso aos direitos básicos garantidos na Constituição. 

“Ainda temos muita dificuldade com relação à escola, porque precisávamos que os professores viessem de Amarante para dar aulas aqui e muitos não queriam vir”, conta a liderança local, dona Idelzuíta Paixão. Conforme ela, isso ocorria por conta do preconceito. “Até que nos revoltamos porque os professores não queriam vir pra nossa comunidade, porque é uma comunidade de preto”, ressalta. 

O fruto dessa revolta foi a luta por ingresso no Ensino Superior. “Hoje, quase todo mundo da comunidade está fazendo faculdade, para que não precisemos buscar ninguém lá fora para trabalhar aqui”, celebra dona Idelzuíta. “Queremos professores daqui mesmo, porque assim temos como repassar para as crianças como é a vida e a cultura do povo negro”, justifica.

Apesar disso, muitos moradores ainda sobrevivem por meio de trabalhos exaustivos. “O povo aqui trabalha na agricultura, fazendo carvão, na roça, na farinhada. É uma vida muito difícil, mas a gente resolve”, comenta a liderança local. Para ela, o fundamental é que permaneçam todos unidos.

“O povo negro tem uma resistência de sobreviver. A gente vive com fome ou de barriga cheia, com dinheiro ou sem, com saúde ou sem, tendo a permissão de Deus nós permanecemos aqui. Não tem dificuldade que faça a gente sair desse lugar”, enfatiza dona Idelzuíta.

Fonte: IBGE

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