Travesti pode ter sido assassinada por disputa de ponto de prostituição

Coordenadora da Sasc ainda afirma que não pode ser descartado crime de transfobia

Por Adriana Oliveira,

A coordenadora do Núcleo de Enfrentamento LGBTFobia da Secretaria Estadual de Serviço Social e Cidadania do Piauí (Sasc), Joseane Borges, concedeu entrevista aos jornalistas Arimatéia Azevedo e Najla Rodrigues, no programa AZ Rádio, na O Dia FM, na tarde terça-feira (07). Na ocasião ele comentou o  assassinato da travesti Paola Araújo, de 31 anos. 

Joseane Borges, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento LGBTFobia da Sasc (Foto: Portal AZ) 

A coordenadora afirmou que o Núcleo de Enfrentamento LGBTFobia da Sasc está acompanhando o caso e que o crime pode ter sido motivado por disputas de pontos de prostituição. 

“O que nós temos ciência hoje é que foi briga por questões de ponto, mas a transfobia também é preciso deixar nítida porque naquele local existem mulheres heterossexuais que não aceitam travestis ou pessoas transexuais usufruindo daquele ponto. Muitas coisas precisam ser averiguadas e outras não podem ser repassadas ainda para que a polícia possa chegar a identificação do suspeito”, declara a coordenadora. 

Jornalistas Arimatéia Azevedo e Najla Rodrigues, no programa AZ Rádio (Foto: Portal AZ)

Joseane Borges afirma que o Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando a morte de Paola Araújo. Ela foi assassinada a tiros na noite de domingo (06), na BR 316, próximo ao balão do bairro Porto Alegre, zona Sul de Teresina.

Para a coordenadora, apesar do Supremo Tribunal Federal (STF) ter aprovado recentemente que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime, a LGBTfobia ainda está muito presente na sociedade. 

“A LGBTFobia está latente em nossa sociedade, vista e notória, sendo que a cada 24 horas morre uma pessoa com requintes de crueldade por LGBTfobia e nesse momento que nós que trabalhamos com políticas públicas para a população LGBT, é que viemos dá essa visibilidade completa e um respaldo positivo da sociedade. Vivemos em uma sociedade heteronormativa, heterossexista, que não aceita a individualidade de cada ser. A transfobia ainda existe, os resquícios estão presentes, no momento em que uma pessoa LGBT, é assassinada com requinte de crueldade. Nós sabemos que pessoas heteros também são mortas, mas não mortas por serem heteros, enquanto que os LGBTs sim”, afirmou. 

Entenda o caso

A travesti Paola Araújo, de 31 anos, foi morta a tiros, na noite deste domingo (06) às margens da BR-316. Segundo a polícia, o crime ocorreu por volta das 23h50 nas proximidades de um balão do bairro Porto Alegre, zona Sul de Teresina.

Paola Araújo( Foto: reprodução redes sociais) 

Segundo a polícia a vítima teria sido executada a tiros por dois homens. “A informação que recebemos é que ela estaria próxima a um balão quando dois homens pararam em uma motocicleta e efetuaram disparos contra a travesti. Ainda não se sabe a motivação do crime”, afirma coronel Elsa Rodrigues. 

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