Prefeitura diz em nota que já havia exonerado secretário alvo da Polícia Federal

PF deflagrou operação contra servidores, empresários e vereador de União

Por Victória Cardoso,

A prefeitura da cidade de União emitiu nota nesta terça-feira (12) informando que o secretário de Educação, Marcone Martins da Silva, foi exonerado do cargo nesta segunda-feira (11). Marcone é um dos investigados pela Polícia Federal por desvio de recursos, originários, supostamente, de licitação e compra de material didático.

Segundo a nota, o desligamento de Marcone, ocorreu após as denúncias e para que ele se apresentasse às autoridades policiais e judiciais. 

Polícia Federal durante operação "Delivery" (Foto:Divulgação PF)

Em nota, a prefeitura lamentou a prisão do vereador do município que aconteceu na manhã desta terça-feira (12) durante a operação “Delivery”, onde foram cumpridos mandados de prisão, busca e condução  coercitiva, sob acusação de desvio de recursos do FUNDEB.

“Quanto a prisão do vereador do município e outras prisões, a prefeitura lamenta o ocorrido e espera que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos. O prefeito Paulo Henrique orientou toda a sua equipe a se colocar à disposição das autoridades e se antecipar a prestar esclarecimentos sobre todos os demais atos licitatórios realizados no município”, diz a prefeitura.

Material apreendido pela PF (Foto: divulgação)

A prefeitura destacou ainda que "também, foi instituída uma comissão gestora, com poderes de supervisionar todos os atos ordenadores de despesas do erário público, com objetivo de identificar eventuais falhas e corrigi-las".

Leia a nota completa na íntegra:

"PREFEITURA DE UNIÃO INFORMA

A  PREFEITURA DE UNIÃO, face a operação realizada no início desta manhã (12) , pela Polícia Federal, denominada “Delivery” , onde foram cumpridos mandados de prisão, busca e condução  coercitiva, sob acusação de desvio de recursos do FUNDEB em nosso município, vem informar que ainda ontem (11), por ordem do prefeito Paulo Henrique, exonerou o então secretário de Educação do município, Marcone Martins da Silva, em virtude do mesmo ter se tornado o alvo principal de denúncias de desvio de recursos, originários, supostamente, de licitação e compra de material didático, justamente para que o mesmo se apresentasse  as autoridades policiais e judiciais e apresentasse sua defesa. Quanto a prisão do vereador do município e outras prisões, a prefeitura lamenta o ocorrido e espera que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos. O prefeito Paulo Henrique orientou toda a sua equipe a se colocar a disposição das autoridades e se antecipar a prestar esclarecimentos sobre todos os demais atos licitatórios realizados no município. Ainda ontem, também, foi instituída uma comissão gestora, com poderes de supervisionar todos os atos ordenadores de despesas do erário público, com objetivo de identificar eventuais falhas e corrigi-las. Ao tempo em que lamentamos o episódio desta manhã, pedimos a imprensa e população de União que  tratem o fato  com a seriedade e cuidado que merece, sem a antecipação de condenação de quaisquer pessoas, permitindo o uso político, de forma inescrupulosa. 
Sem mais para o momento.

PREFEITURA DE UNIÃO
Ascom"

Entenda o caso

A Polícia Federal do Piauí, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União, deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Delivery, decorrente de investigação de desvio de recursos públicos da educação destinados a cidade de União.

Segundo a PF, cinco pessoas foram presas, entre elas empresários, agentes públicos municipais e um vereador. Elas são investigadas por crimes de corrupção, peculato e fraudes licitatórias.

O inquérito policial foi instaurado a partir de notícias da apreensão de R$ 379.000,00 em espécie, no dia 1 de maio (Foto:Divulgação PF)

O inquérito policial foi instaurado a partir da apreensão realizada pela  Polícia Militar, de R$ 379.000,00 em espécie, no dia 1 de maio de 2020, em veículo alugado pela prefeitura de União. O fato foi divulgado em primeira mão pelo Portal AZ.  O dinheiro estava em posse de dois funcionários municipais que não esclareceram a origem dos valores.

“A Secretaria de Educação de União teria adquirido livros escolares em quantidade maior que o número de alunos do município, utilizando verbas do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para a contratação de empresas fictícias de Fortaleza/CE, responsáveis pelo fornecimento fraudulento do material didático” diz a PF em nota.

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