Polícia volta a casa de suspeito e leva até dinheiro, mas não faz registro no BO
O registro na delegacia é de que um caçador abandonou a sacola com as armas e uma cédula de identidade
A polícia voltou segunda-feira (31) à casa de Valdir da Silva Torres, na cidade de União e, sem mandado de busca e apreensão, levou os documentos de uma moto, três espingardas conhecidas como “bate bucha” e a quantia de R$ 3 mil e 800, em espécie.
Valdir foi acusado em junho de ter praticado furto de criações na fazenda de Jorge Ancelmo Mendonça e, por causa disso, cinco homens o teriam espancado e torturado e que junto a estes, estariam também agentes da Polícia Militar, conforme notícia da ocasião.
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Quanto aos fatos de segunda-feira última, Vilmar, irmão de Valdir, denunciou que no Boletim de Ocorrência, consta a narrativa feita pelos soldados de que encontraram um caçador nas matas da empresa Convap que, ao fugir deles, deixou cair uma sacola que continha as três espingardas e uma identidade que, logo depois, descobriram ser de Valdir. Segundo Vilmar, não há registro do dinheiro encontrado na casa, produto da venda de um novilho.
Agora é com o MP
Valdir Torres apelou à promotoria de União que requereu providências no sentido de que a delegada de polícia da cidade possa explicar os fatos e, o delegado de Polícia Metropolitana, Marcelo Leal não instaurou o inquérito em Teresina.
Na invasão a casa já na segunda-feira ninguém recebeu o mandado de busca porque, na narração de um parente de Valdir, não existia mandado.
O Boletim de Ocorrência foi feito pelos militares Fernando de Moura Macedo e Maxuel de Almeida Estrela. Não fazem alusão ao dinheiro que a família informou ter sido levado por eles, mas apenas registram o porte ilegal de arma do suspeito.
O Portal AZ está tentando obter a versão da polícia.
Abaixo documento do Ministério Público sobre o caso e as providências que requer.
Entenda o caso
Valdir da Silva Torres, um agricultor de 41 anos, residente da cidade de União, foi vítima de agressão e tortura, segundo ele, por parte do fazendeiro Jorge Ancelmo Mendonça, que supostamente teve conivência da Polícia Militar do município para praticar as agressões. O agricultor registrou um boletim de ocorrência do caso, mas agora, denuncia que o processo foi transferido para a capital e desapareceu do sistema. Segundo o relato também há suposto envolvimento de executivos da Usina Olho d’água.
O homem teria sido sequestrado e torturado em retaliação a um susposto roubo de animais do qual foi acusado, mas nega ter praticado.
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Fonte: Portal AZ