Casal é indiciado por envenenar família e vizinha em série de crimes em Parnaíba

Em seis meses, oito pessoas morreram; investigações revelam confissão e ideais nazistas

Por Dominic Ferreira,

A Polícia Civil do Piauí concluiu as investigações do caso ocorrido em Parnaíba, PI, na qual o casal Maria dos Aflitos Silva e Francisco de Assis Pereira da Costa foi indiciado por uma série de crimes que resultaram na morte de oito pessoas por envenenamento, incluindo sete membros da mesma família e uma vizinha.

Foto: ReproduçãoFrancisco possuía fixação por métodos de envenenamento e obsessão por ideais nazistas.
Francisco possuía fixação por métodos de envenenamento e obsessão por ideais nazistas.

Os assassinatos ocorreram em um intervalo de menos de seis meses e envolveram o uso de terbufós, um pesticida altamente tóxico.

Maria dos Aflitos foi presa no dia 31 de janeiro de 2025 e confessou o assassinato de sua vizinha, Maria Jocilene da Silva, explicando que acreditava que isso ajudaria a libertar Francisco, que já estava preso. Segundo a polícia, Maria revelou que os primeiros envenenamentos foram cometidos por Francisco, que nutria um profundo desprezo pelos filhos e netos de Maria.

As investigações também revelaram que Francisco controlava rigidamente os alimentos da casa e possuía uma obsessão por ideais nazistas e métodos de envenenamento, evidenciada por documentos encontrados em sua residência.

Os primeiros envenenamentos aconteceram em agosto de 2024, quando os netos de Maria dos Aflitos, João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8, morreram após ingerir suco contaminado. Na época, o casal tentou incriminar uma vizinha, que chegou a ser presa, mas foi posteriormente inocentada.

A situação agravou-se em janeiro de 2025, quando cinco membros da família morreram após consumir arroz envenenado durante uma festa de pós-Réveillon. As vítimas foram: Manoel Leandro Silva, de 18 anos, que morreu em uma ambulância no dia 1º de janeiro; Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, falecido no dia 2 de janeiro; Maria Lauane da Silva, de 3 anos, que sofreu falência múltipla dos órgãos no dia 6 de janeiro; Francisca Maria Silva, mãe de três das crianças, que morreu dias depois; Maria Gabriela, de 4 anos, última internada da família, que faleceu no dia 21 de janeiro. A última vítima foi a vizinha Maria Jocilene da Silva, que morreu após beber café com terbufós na casa de Maria dos Aflitos.

A Polícia Civil retomou as investigações das mortes ocorridas em 2024, quando os netos de Maria morreram envenenados. Na época, uma vizinha foi acusada injustamente, mas novos laudos descartaram sua participação no crime, levando à sua soltura após seis meses de prisão. O delegado responsável pelo caso destacou a crueldade e premeditação dos crimes, além do perfil controlador de Francisco. Para a polícia, o uso do pesticida era uma forma de eliminar os familiares de Maria, que ele desprezava, e consolidar seu domínio.

O caso  trouxe à tona discussões sobre o impacto de ideologias extremistas e a necessidade de maior rigor na fiscalização de substâncias tóxicas como o terbufós. O casal será julgado por homicídio qualificado e outros crimes relacionados. A Polícia Civil segue investigando possíveis novos desdobramentos, enquanto a comunidade tenta lidar com a tragédia que devastou essa família.
 

Fonte: SSP

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