Justiça suspende reintegração de posse em terra indígena em Douradina

Decisão do TRF-3 ocorre após ataque a indígenas que deixou 10 feridos, dois em estado grave

Por Dominic Ferreira,

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) suspendeu a ação de reintegração de posse que visava o despejo da comunidade Guarani Kaiowá da Terra Indígena Panambi Lagoa Rica, localizada em Douradina, Mato Grosso do Sul. A decisão foi anunciada pela deputada indígena Célia Xakriabá em suas redes sociais, que celebrou a vitória para o povo Guarani Kaiowá.

Foto: Reprodução/Eloy Terena/InstagramCapa
Decisão do TRF-3 ocorre após ataque a indígenas que deixou 10 feridos, dois em estado grave

A suspensão acontece em um contexto de crescente violência na região. Na semana passada, um ataque de fazendeiros resultou em 10 indígenas feridos, com dois deles em estado grave. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o ataque ocorreu pouco após a retirada da Força Nacional da área. Os agressores, armados e em caminhonetes, dispararam contra os indígenas, deixando um deles com um tiro na cabeça e outro no pescoço.
O Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional do Índio (Funai) enviaram equipes para a região em resposta ao ataque. Eloy Terena, secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas, formalizou um pedido de esclarecimento ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a retirada da Força Nacional. O Ministério Público Federal também está envolvido na situação.
Em resposta, o Ministério da Justiça esclareceu que, no momento do ataque, a Força Nacional estava deslocada para outra região. No entanto, após o alerta, as equipes foram rapidamente mobilizadas para a área de conflito e conseguiram conter a situação. O ministério informou que os conflitos foram resolvidos com a intervenção das equipes, que promoveram diálogos entre as partes envolvidas e acionaram o MPI e o MPF.
A situação continua a ser monitorada enquanto as autoridades tentam assegurar a proteção dos indígenas e resolver o impasse na região.

Fonte: Correio Braziliense

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