Fábio Novo já sofreu cassação após furto em rádio de Bom Jesus

Nesta reta final da campanha, alguns eleitores ainda questionam um fato que chegou a ser falado por algum momento, mas até o momento pouco foram os detalhes informados.

O motivo: a cassação ocorreu no ano de 1998, no primeiro mandato de Fábio Novo, como vereador, quando ele ainda tinha 24 anos. Naquela época, ainda não tinha tantos portais de notícias e redes sociais como existem hoje.

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Além disso, as poucas notícias que existiam sobre o assunto praticamente desapareceram. Contudo, a nossa reportagem teve acesso ao documento original que trata da cassação. O contexto: Fábio Novo, que hoje tem 50 anos de idade, estava em seu primeiro ano de mandato. 

Foto: Reprodução

Cassação de Fábio foi ocasionado por furto em rádio

Fábio Novo perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar, após a instalação de uma CPI na Câmara dos Vereadores de Bom Jesus. O documento é assinado pelo presidente da casa, Alcindo Nepomuceno da Fonseca. Do total de 9 vereadores, 8 deles votaram pela cassação de Fábio Novo.

A quebra de decoro se deu, segundo a CPI, um caso de furto de aparelho de uma rádio em Bom Jesus, comandada pelo então vereador Fábio Novo na madrugada do dia 23 para 24 de fevereiro de 1997. Um dos depoimentos mais comprometedores é o de José Maria Lustosa dos Reis.

Foto: Arquivo Pessoal

Trecho do depoimento de José Maria Lustosa

José Maria Lustosa dos Reis trabalhava para a família de Fábio Novo. Segundo ele, o próprio vereador o convidou para fazer parte do que já havia sido “premeditado”. Foi utilizado um veículo VW Parati dirigida por Maria Luiza, irmã de Fábio e que também trabalhava com o parlamentar.  Eles chegaram a usar, de acordo com os relatos, um disfarce com o uso de perucas. Estavam o próprio Fábio Novo e o outro irmão Benigno.

Foto: Arquivo Pessoal

Eles invadiram a sede da rádio utilizando um pé de cabra e um alicate para cortar os fios. Depois que saíram do local foram até o sítio de Luciano, que é tio de Fábio Novo. Diz trecho do depoimento: “(Foram) arrumar o material no carro, que eram muito pesados e a estrada era péssima e ao retornar deixaram o vereador Fábio Novo na sua residência. Foram até o Posto BR, abasteceram o carro e foram até a ponte que dá acesso à cidade de Palmeiras, aonde os equipamentos foram jogados (no rio)”.

Ainda há um trecho em que José Maria Lustosa dos Reis revela que tinha um “relacionamento amoroso” com Fábio Novo. Segundo ele, o vereador o “incentivava a beber para depois ir para a cama” e ainda que, quando terminou o relacionamento, Fábio Novo o ameaçou: “Informou que seu relacionamento na época do furto era bom, com o vereador Fábio Novo. Que não aguentava mais e abandonou o serviço e o vereador o procurou para que ele voltasse para a rádio para trabalhar.  Disse ainda que nunca tentou o suicídio”.

Foi inclusive o próprio José Maria Lustosa dos Reis que ajudou os policiais a encontrar os equipamentos furtados e jogados dentro do rio. “Que de fato ligou para Maria Luiza dizendo que ia denunciar o fato. Informou que as peças foram encontradas há 10 metros de distancia e que participou das duas buscas e que além dele, no primeiro dia, o prefeito Adelmar, o Sr. Vicente Orlando, o Sr. Joabes Matias de Castro, o Comandante do Quartel da Polícia, cujo nome não se recorda e alguns policiais, quatro ou cinco, e na segunda vez participou, junto com o prefeito, Joabes Matias de Castro e Marcos”. 

A reportagem tentou contato com José Maria Lustosa dos Reis através de pessoas próximas a ele na cidade de Bom Jesus, mas não foi possível conseguir mais informações. Segundo uma fonte da reportagem no município de Bom Jesus, muitas pessoas têm medo de falar sobre o assunto pois “a família de Fábio Novo persegue”. Essa mesma fonte informou que ninguém nunca mais teve informações sobre José Maria Lustosa dos Reis. Fontes extraoficiais informaram que ele foi morar fora do Piauí já há alguns anos, mas não se tem mais informações dele.

Procurado pelo AZ, a equipe de Fábio Novo enviou nota dando sua versão dos fatos:

Sobre matéria divulgada neste portal, com o título "Fábio Novo já sofreu cassação após furto em rádio em Bom Jesus", a assessoria jurídica do candidato a prefeito de Teresina, Fábio Novo, esclarece que, quando Fábio era vereador de Bom Jesus, foi injustamente cassado pela Câmara Municipal por ser, à época, o único vereador de oposição ao prefeito Adelmar Benvindo, que tinha, em sua base aliada, oito dos nove vereadores da Casa. Sobre a denúncia de furto dos transmissores da rádio, esclarece-se que o autor do delito foi José Maria Lustosa dos Reis, hóspede do então prefeito, e condenado à prisão ao final do processo. A ação que corria na Justiça Federal tinha a atuação do então Procurador da República, Tranvanvan Feitosa, que, no decorrer das investigações, se posicionou pela absolvição de Fábio Novo, entendendo que este foi vítima de perseguição política engendrada pelo grupo do prefeito municipal, argumento este que foi acatado pelo juiz federal que julgou o processo e que inocentou Fábio. A cassação de mandado de vereador pela Câmara, por ser fruto de perseguição política, foi, por fim, anulada pelo Tribunal de Justiça do Estado, que devolveu o mandato de vereador a Fábio Novo, restabelecendo a verdade dos fatos.

Fonte: Portal AZ