Deputada é alvo de ameaças de morte após relatar PL sobre igualdade racial
Carol Dartora (PT-PR) expõe ataques e reforça compromisso com justiça e respeito na política
A deputada federal Carol Dartora (PT-PR), relatora de um projeto de lei sobre igualdade racial, tem sido alvo de ameaças de morte e ataques racistas intensificados nas últimas semanas. Apenas em outubro, Dartora recebeu 43 e-mails com mensagens de ódio e ameaças diretas, que se estenderam também a familiares. Em um dos textos, o agressor afirma: “Vou derramar gasolina sobre o seu corpo e colocar fogo [...] Me aguarde, macaca”. A deputada denunciou os crimes, destacando que são ataques contra todas as mulheres negras que ocupam espaços de poder.

Dartora, a primeira mulher negra eleita deputada federal pelo Paraná, formalizou um pedido de investigação criminal junto ao Ministério Público Federal, à Polícia Legislativa e à Polícia Federal, com sua equipe jurídica anexando todos os e-mails recebidos. Entre os crimes denunciados estão racismo, violência política de gênero, ameaça e cyberbullying. A parlamentar afirma que, desde que foi eleita, vem enfrentando ataques de ódio racial. Em 2020, ainda como vereadora em Curitiba, recebeu ameaças de morte semelhantes, inclusive com ameaças explícitas de assassinato.
A série de mensagens racistas coincidiu com a nomeação de Dartora como relatora do PL 1958/2021, que visa aumentar de 20% para 30% as cotas para negros, indígenas e quilombolas no serviço público. A deputada considera a relatoria uma grande responsabilidade e uma resposta aos ataques, reforçando seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa. Ela destaca que, apesar dos avanços na pauta racial, o racismo estrutural ainda é um entrave, e é necessário enfrentar essa questão com urgência e coragem no parlamento.
Dartora ainda ressalta a resistência que projetos raciais enfrentam tanto entre setores do Congresso quanto da sociedade brasileira, mas diz que o apoio de aliados no legislativo reforça sua luta por políticas públicas mais inclusivas. “Nossa meta é que esses 30% representem um passo decisivo para uma estrutura estatal verdadeiramente inclusiva, onde as políticas públicas sejam pensadas para todos, sem distinção”, concluiu.
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Fonte: Correio Braziliense