Cerimônia e ato popular relembram ataques golpistas e reforçam a democracia

Evento no Planalto reunirá autoridades; movimentos organizam manifestação na Praça dos Três Poderes

Por Dominic Ferreira,

O governo federal e movimentos sociais realizarão, na próxima quarta-feira (8), eventos marcando os dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. A cerimônia oficial acontecerá no Palácio do Planalto, organizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e contará com a presença de autoridades civis, militares e representantes de instituições democráticas.  

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/08-01-2023Manifestantes durante atos golpistas do 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes
Manifestantes durante atos golpistas do 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes

Paralelamente, sindicatos, partidos e movimentos sociais, como o PT-DF, organizarão um ato popular na Praça dos Três Poderes, com concentração a partir das 11h. O evento, intitulado "Ato em Defesa da Democracia", terá a participação de Lula, que descerá a rampa do Planalto acompanhado por aliados e autoridades, encerrando o ato com um abraço simbólico à praça.  
O evento oficial no Planalto contará com a presença de lideranças como os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e do STF, ministro Luís Roberto Barroso, além de ministros, comandantes das Forças Armadas e parlamentares. A solenidade busca reforçar o compromisso do governo com a democracia e relembrar os ataques de 2023, apontados pela Polícia Federal como parte de uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.  
As investigações sobre o caso culminaram no indiciamento de Bolsonaro e 36 outros envolvidos, incluindo militares como o general Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro, e o tenente-coronel Mauro Cid, que fez delações cruciais para o avanço do inquérito. A presença dos comandantes das Forças Armadas no ato deste ano é vista como um sinal de distanciamento das instituições militares em relação aos golpistas.  
Diferentemente do evento de 2024, que marcou o primeiro ano dos ataques, a cerimônia de 2025 terá maior presença popular. Movimentos sociais destacam a necessidade de rejeitar qualquer projeto de anistia para os responsáveis pelos ataques, em meio à pressão de parlamentares oposicionistas pela aprovação do Projeto de Lei de Anistia, que poderia beneficiar Bolsonaro e outros condenados. 
Além de Brasília, o PT organiza um ato paralelo em Araraquara, interior de São Paulo, cidade onde Lula estava no dia dos ataques e de onde decretou a intervenção federal na segurança do Distrito Federal.  
Os eventos de 8/1 deste ano também ocorrem em meio a novas preocupações com a segurança institucional, após um atentado em novembro contra o Supremo Tribunal Federal, no qual um homem-bomba tentou invadir o prédio. O episódio reacendeu o debate sobre a necessidade de medidas mais rigorosas para prevenir ações extremistas.  
Com a cerimônia oficial e a mobilização popular, o governo Lula busca trazer a memória dos ataques como um ato de resistência e reforço das instituições democráticas, enfatizando que a luta contra o autoritarismo e o extremismo continua.  

Fonte: Correio Braziliense

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