Em Moscou, Lula culpa governo Bolsonaro por fraudes no INSS
Presidente afirmou que o esquema teria origem em 2019, durante o governo anterior
Durante entrevista concedida na madrugada deste sábado (10), em Moscou, onde cumpre agenda oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao esquema de fraudes no INSS e responsabilizou indiretamente o governo de Jair Bolsonaro pelo surgimento do esquema, que teria começado em 2019. Para Lula, trata-se de um “crime, um assalto” contra aposentados e pensionistas.

O presidente se pronunciou sobre o caso enquanto participa de compromissos oficiais na Rússia. Ao ser questionado sobre o esquema que gerou descontos irregulares em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Lula afirmou que a fraude atingiu diretamente os segurados: “Esse dinheiro estava no bolso do aposentado quando alguém pediu para descontar do salário dele. Então, foi um crime, um assalto, a aposentados e pensionistas desse país”.
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Ele destacou que os valores não foram desviados diretamente dos cofres públicos, mas subtraídos dos rendimentos de quem recebe aposentadoria e pensão, o que, segundo o presidente, torna o crime ainda mais grave. Lula também indicou que as irregularidades teriam se originado no governo anterior: “É importante saber: uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019. Vocês sabem quem era o ministro da Previdência em 2019 e vocês sabem quem era o chefe da Casa Civil em 2019”.
As fraudes vieram à tona após reportagens do Metrópoles, em março, com base em dados da Lei de Acesso à Informação. As matérias revelaram que 29 entidades autorizadas pelo INSS a cobrar mensalidades de aposentados aumentaram drasticamente seu faturamento em um ano, mesmo sendo alvos de mais de 60 mil ações judiciais por descontos indevidos.
A apuração detalhou que idosos relataram nunca ter se filiado a essas associações, mas passaram a sofrer descontos entre R$ 45 e R$ 77 mensais antes mesmo de o pagamento do benefício cair na conta. A partir das denúncias, o INSS abriu apurações internas e a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal deflagraram a Operação Sem Desconto.
A investigação levou à exoneração do então diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. Em 23 de abril, a PF cumpriu mandados em diversos estados para investigar as cobranças indevidas. A operação mira os empresários que comandam as entidades acusadas de fraudar filiações e lucrar ilegalmente com os descontos.
Fonte: Com informações do Metrópoles