Virgínia Fonseca se defende em CPI das Bets e desafia senadores a proibir aposta

Influenciadora afirma seguir a lei e destaca riscos das apostas em audiência na comissão

Por Dominic Ferreira,

A influenciadora digital Virgínia Fonseca participou da CPI das Bets e, durante sua oitiva, defendeu sua atuação ao fazer publicidade de apostas, afirmando que sempre segue a legislação vigente. Em sua fala, ela destacou que todos os seus conteúdos relacionados a jogos incluem alertas sobre os riscos e a proibição para menores, além de negar ter lucrado com as perdas dos apostadores. Virgínia provocou os parlamentares ao afirmar: “Se realmente faz tão mal, proíbe tudo, acaba com tudo”, ressaltando que cabe ao Congresso decidir sobre a legalidade das apostas.

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado"Gostaria que chamassem todos os times de futebol, as emissoras de TV, os eventos patrocinados. Tudo tem bet", disse Virgínia Fonseca.
"Gostaria que chamassem todos os times de futebol, as emissoras de TV, os eventos patrocinados. Tudo tem bet", disse Virgínia Fonseca.

Em um dos momentos mais esperados da audiência, a influenciadora revelou que possui contratos com plataformas de jogos, como Blaze e Esportes da Sorte, e se comprometeu a entregar os documentos pertinentes à comissão. Ela enfatizou que todos os contratos foram analisados pela sua equipe jurídica e que as publicidades estão devidamente registradas na Receita Federal. Virgínia também esclareceu que usa contas fornecidas pelas empresas contratantes apenas para gravação de conteúdo, sem vantagens adicionais para seu público.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) questionou a necessidade de regras específicas para influenciadores que promovem jogos, destacando os riscos reais de endividamento e vício associados a essas campanhas. Ele alertou que essa forma de publicidade não deve ser tratada como qualquer outra, uma vez que pode ter consequências devastadoras para muitas famílias. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da comissão, acrescentou que os trabalhos devem abordar não apenas as ações dos influenciadores, mas também a estrutura criminosa por trás das plataformas de apostas.

Embora Virgínia tenha admitido que pensaria sobre deixar de fazer publicidade de apostas, ela destacou que sua marca, WePink, faturou cerca de R$ 750 milhões no ano passado, ressaltando que as publicidades de apostas não são sua principal fonte de receita. A CPI, que foi instalada em novembro de 2024, está em fase avançada e poderá propor mudanças significativas, incluindo a proibição de bônus iniciais altos que atraem novos apostadores. A senadora Soraya elogiou a postura de Virgínia, classificando-a como “um exemplo de coragem” no debate sobre a legalidade e ética das apostas.

Fonte: Correio Braziliense

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