Bolsonaro admite que fraudes no INSS podem ter começado em seu governo
Ex-presidente apoia CPMI para investigar descontos indevidos em benefícios do INSS
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu na quarta-feira, 14, a possibilidade de que as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenham se iniciado durante seu mandato. Contudo, ele argumentou que o esquema se tornou mais abrangente sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita em meio a um contexto de investigação sobre descontos indevidos aplicados a benefícios de aposentados e pensionistas, que resultaram em um prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a Polícia Federal.
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Bolsonaro também expressou seu apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os descontos questionáveis. Durante a entrevista, ele afirmou: "É possível e vai ser investigado. Se, porventura, alguém do meu governo fez algo de errado, pague. E ponto final." O ex-presidente ressaltou que a CPMI recebeu adesão de membros da direita, enquanto partidos como PT, PSOL e PDT não assinaram a proposta, sugerindo uma divisão partidária sobre a questão.
Em sua análise, Bolsonaro reconheceu que é complicado garantir uma administração com "zero absoluto" de corrupção, mas criticou o governo Lula, insinuando que as fraudes "explodiram" durante sua gestão. "Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula", declarou o ex-presidente em entrevista ao portal UOL. Sua posição se alinha à crescente pressão da oposição no Congresso Nacional, que protocolou um requerimento para a criação da CPMI do INSS no último dia 12, reunindo o apoio de 223 deputados e 36 senadores.
A Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal desde abril deste ano, revelou um esquema de cobranças indevidas sobre benefícios do INSS. As investigações indicam que entidades de classe estavam realizando descontos sem a autorização dos beneficiários, utilizando acordos de cooperação técnica com o instituto.
Fonte: Correio Braziliense