Tensão aumenta entre políticos devido à luta pelo controle da CPI do INSS
Governo e oposição se movimentam enquanto CPI só deve tomar forma em agosto
A formação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS provocou um intenso movimento político em Brasília. Após a instalação da comissão, que não pôde ser evitada pelo governo, as articulações se intensificaram para garantir o controle dos trabalhos do colegiado. O Planalto busca confirmar o senador Omar Aziz (PSD-AM) na presidência da CPMI e um relator "amigo" que trabalhe de forma neutra, com a expectativa de que a relatoria seja ocupada por um parlamentar do Centrão.
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A possível indicação de Omar Aziz para a presidência da comissão é parte da estratégia do Palácio do Planalto em resposta à pressão da oposição, que foi crucial para a instalação da CPMI. As discussões sobre a composição do colegiado devem ser formatadas apenas em agosto, após o recesso legislativo. No entanto, os bolsonaristas já começam a articular seus próprios nomes, como o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que já havia demonstrado interesse em investigar os descontos dos beneficiários da Previdência.
A análise do deputado Sargento Fahur (PSD-PR) evidencia a percepção de que o governo Lula está perdendo força no Congresso, sugerindo que essas derrotas refletem uma tendência de desestabilização. Em contrapartida, o Palácio do Planalto tenta evitar a nomeação de um relator bolsonarista e busca alguém com perfil semelhante ao de Aziz, que, embora não esteja alinhado completamente, é visto como um governista. Isso requer negociações mais intensas com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Entretanto, a oposição demonstra uma mobilização significativa, e a desarticulação dos governistas foi evidente em uma recente sessão da Câmara, que contou com a presença maciça dos opositores. A deputada Erika Kokay (PT-DF) foi uma das poucas vozes a defender o governo, enfatizando que as vitórias da oposição não indicam fraqueza do Executivo.
Fonte: Correio Braziliense