Psicóloga fala sobre o aumento das consultas em Teresina e a relação com o home office

O novo formato de trabalho em casa acabou trazendo consigo algumas questões sobre a saúde mental

Por Redação do Portal AZ,

Muitas empresas já voltaram para seus escritórios, porém outras permanecem em home office. Segundo pesquisa do IBGE, quase 9 milhões de brasileiros trabalharam de casa durante a pandemia e espera-se que depois da pandemia 30% das empresas brasileiras continuem adotando o regime permanentemente.

Psicóloga fala sobre o aumento das consultas em Teresina e a relação com o home office (Foto: divulgação)

Com a pressão devido à crise econômica e o medo do desemprego, os profissionais se viram na missão de ter atividades altamente produtivas, muitas vezes cobrindo por outro colega, e isso gera grandes danos à saúde mental. Uma pesquisa pelo Instituto de Psicologia da UERJ mostra que o número de casos de depressão no Brasil durante a pandemia quase duplicou, os de crise aguda de ansiedade teve uma alta de 71% e os dados sobre estresse agudo aumentaram 40%.

O aumento dos casos de crises preocupa os profissionais da área no Piauí, devido ao seu histórico. De acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o Piauí entre os anos de 2010 e 2017 apresentou taxa de 10 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes, o que representa quase o dobro da taxa média nacional de 5,6 mortes.

O novo formato de trabalho em casa acabou trazendo consigo algumas questões sobre a saúde mental de quem esteve ou ainda está trabalhando assim, como comenta a psicóloga Gabriella Carvalho. “Houve um aumento significativo de diferentes faixas etárias a procura de atendimento Psicológico. Com o isolamento social e as inúmeras notícias, na sua grande maioria desagradáveis, a respeito do Covid-19, os casos de ansiedade e depressão aumentaram muito. Tudo isso ligo as perdas de familiares, amigos a perca de contato físico com ambos. Tudo isso influenciou para esse quadro”.

“A casa é um lugar que tem um significado. É um lugar de descanso, refúgio e não de trabalho e isso acabou mudando. A pandemia surgiu de uma forma inesperada e tivemos que nos readaptar ao novo. Com o trabalho em casa o excesso da carga horaria aumenta, há interferência de assuntos domésticos e profissionais. Estar confinado é um desafio para o profissional por que dentro do ambiente de trabalho há trocas de experiências e isso não existe em home office”, diz Gabriella.

A psicóloga afirma que manter a saúde mental durante esse período é imprescindível tanto para o âmbito profissional como também para o pessoal e explica ainda o que pode ser feito em casos em que o profissional se culpa pela baixa produtividade: “Podemos planejar uma nova rotina de trabalho, lazer e disciplina para seguir essa nova rotina. A pessoa precisa dizer qual o horário de trabalho, o que eu posso fazer no intervalo do almoço, o que tem que fazer em casa com a família depois do trabalho. Buscar ter conversas agradáveis com os amigos, trocar ideias", indica.  

“O segredo é ressignificar tudo que estamos passando. Nós precisamos desse novo ambiente e significado de casa, trabalho, estudo. Existe o momento de trabalho e estudo e existe o momento de lazer e descanso. Quando nós não conseguimos nos reajustar a essa nova rotina existe a baixa produtividade. Um profissional fica frustrado por que ele não consegue ter um mesmo rendimento que ele tinha antes no escritório”, explica Gabriella Carvalho.

O profissional que se vê no limite deve procurar ajudar especializada em profissionais da saúde mental. Psicólogos e psiquiatras podem indicar o tratamento necessário.

Ligue 188 - Centro de Valorização da Vida (CVV).

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