HUT atende, em média, uma vítima de acidentes de moto a cada 60 minutos
Colisões em motocicletas lotam o hospital e agravam a crise no sistema de saúde
O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) recebe, em média, uma vítima de acidente de moto a cada 60 minutos. Só em 2024, já foram 9.343 atendimentos desse tipo, segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS). O número expõe um problema que vai além da imprudência no trânsito: o impacto direto na crise financeira do hospital e na capacidade de atendimento da rede pública.

A superlotação causada pelos acidentados de moto compromete o funcionamento do HUT. A diretora-geral do hospital, Aranucha Brito, explica que o custo desses atendimentos é muito superior ao que o Sistema Único de Saúde (SUS) repassa. “Há um grande descompasso entre o que gastamos e o valor ressarcido pelas AIH’s (Autorizações de Internação Hospitalar). Isso gera um déficit crescente, dificultando a manutenção do hospital e o atendimento de outras urgências”, alerta.
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As despesas incluem desde materiais básicos até internações prolongadas e cirurgias de alta complexidade. Traumas graves, como fraturas expostas e lesões cerebrais, são frequentes. Segundo o diretor médico do HUT, Rogério Medeiros, muitos pacientes nunca recuperam a autonomia. “Vemos pessoas em idade produtiva ficarem com sequelas permanentes, que poderiam ser evitadas com mais prudência e fiscalização no trânsito”, lamenta.
O problema não se restringe a Teresina. Quase metade dos pacientes atendidos no HUT vem do interior do estado, e especialistas apontam que esse número pode ser ainda maior, já que muitos fornecem endereços da capital para facilitar o atendimento. “Isso confirma que o HUT é sobrecarregado por uma demanda estadual, sem que haja uma contrapartida financeira ou reforço na estrutura hospitalar”, ressalta Aranucha Brito.
O diretor médico do HUT, Rogério Medeiros, explica que esses acidentes podem resultar em graves sequelas. "As lesões mais comuns incluem fraturas expostas e fechadas, e traumatismos cranianos, que podem levar a lesões cerebrais permanentes. Muitos pacientes necessitam de atendimento contínuo e especializado, o que impacta suas vidas e a capacidade de retomar atividades cotidianas. É triste ver pessoas em idade produtiva com limitações físicas ou incapacidades devido a acidentes que poderiam ser evitados”.
Para o presidente da FMS, Charles Silveira, a solução para reduzir os acidentes depende de fatores de prevenção, reforço na fiscalização e sinalização, além de conscientização das pessoas quanto ao cumprimento da legislação de trânsito. “O uso de equipamentos de proteção, por exemplo, pode evitar danos irreversíveis ou mesmo o óbito. É preciso utilizá-los sempre, mesmo que os condutores façam pequenos trajetos no trânsito”.
Fonte: Com informações do HUT