Pós-parto e a síndrome do patinho feio. Depressão pós-parto?

Foram dias intensos. Confesso que em muitos deles chorei, mesmo com toda ajuda que recebia

Chegamos à casa da vovó Vera para passar o resguardo do pós-parto. Fomos recebidos cheios de amor, almoçamos e fomos descansar (afinal, cama de hospital não é confortável). Eu ainda estava conhecendo meu filho, dos horários da mamada, do sono, qual chorinho significa dor, sujeira ou dengo. O papai dele também estava aprendendo tudo, sempre com o apoio da minha mãe e minha irmã.

Na maternidade tentei melhorar o visual pós-parto

Elas foram meus braços e minhas pernas, cuidaram do meu filho nesses 30 dias. Deram banhos, cuidaram do umbiguinho (caiu com 5 dias), me ajudaram a aprender cada sinal que o Igor Fernando fazia.

Foram dias intensos. Confesso que em muitos deles chorei, mesmo com toda ajuda que recebia. Não sei explicar essa mistura de sentimentos, os hormônios a flor da pele fazem você ir do céu ao inferno. Olhava para meu filho e meu coração se enchia de alegria, mas ao mesmo tempo me batia uma angustia, medo, então eu caia no choro. Não sei se acontece com todas as mães, mas comigo foi assim. Outra coisa que me fazia chorar era ver meu bebê chorar e nem o seu colo acalentava aquele choro, pior sensação, principalmente quando você sabe que ele estava com dores (cólicas), a gente quer se por no lugar da criança e evitar esse sofrimento.

 No dia a dia o cabelo é sempre bagunçado e as olheiras bem visíveis

Após o parto consegui perder todo o peso que ganhei na gestação (10kg), e voltei ao meu antigo manequim. Claro que com quadris ainda largos, barriga um pouco inchada e a línea nigra presente. Ficava feliz com a balança, mas não com o espelho. Olheiras no rosto, flacidez no corpo, celulites e me achava “caída”. Não conseguia me olhar como antes, agora o foco era nos “defeitos” que vieram pós-parto. É como se a gente fosse realmente o patinho feio. Poxa, todos tem tempo de se arrumar e eu consigo apenas deixar meu filho limpo e arrumado. Tentei mudar essa realidade, mas é mais complicado do que se imagina, principalmente quando se é você e você para cuidar de tudo.

Mãe real é isso, arrumar marido e filho pra uma festa e as vezes não ter tempo de se arrumar

Outro dia tiramos uma foto em família (eu, Nelson e Igor Fernando) numa festa que morri de vergonha de mim mesma. Cabelo bagunçado, a roupa não estava das melhores, sem maquiagem. Mais uma vez pensei comigo mesmo que não era isso que queria para mim.

Para falar a realidade, mães sempre andam de cabelos amarrados (coques) pela praticidade, as roupas são as mais fáceis de amamentar, as unhas nem sempre feitas e os sapatos devem ser os mais seguros e confortáveis. Da para mudar essa realidade de vez em quando? Dá! Mas se você tiver uma rede de apoio que te ajude com o bebê na hora de você se arrumar. Lembrando que nem sempre você tem paciência para tal missão.

Não me sinto ainda tão diferente desse sentimento da síndrome do patinho feio. Não, não chega a ser uma depressão pós-parto, é uma adaptação a nova vida e que causa sentimentos novos e assustadores.

Há dias que você não acorda bem, mas tem que ser forte, porque seu bebê depende exclusivamente de você!

Talvez muitas mamães tenham passados pelo “Baby Blues” e nem sabem o que estão vivendo. É uma forma menos grave de depressão pós-parto, e é importante não ignorar as mudanças que estão acontecendo em seu corpo. Eu me senti confusa sim, e muitas mulheres se sentem confusas, lutando com a tristeza após um momento tão alegre do nascimento de um novo bebê para a família e, muitas vezes, não falam sobre isso. Por isso é importante a seu ciclo de apoio familiar.

Com isso passamos trinta dias, vencendo um de cada vez e aprendendo cada dia mais. Depois desse período voltamos para casa, mas aí já é assunto para a próxima postagem.

E para falar comigo é só escrever para [email protected]

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