Ainda há juizes em Berlim?

Ainda há juizes em Berlim?

A frase “Ainda há juízes em Berlim” remete a um caso que se tornou famoso na Europa. E que traduz a esperança de quem se acha surrupiado nos seus direitos, mas que ainda acredita que exista, em alguma instância, quem zele pela lei e, exatamente por isso, há de reconhecer e reparar seus direitos postergados e, assim, aplicá-los dentro do ideal da verdadeira justiça, independentemente da condição política, econômica e social do indivíduo ou dos segmentos prejudicados. A expressão tem uma história que, antes de tudo, é importante lembrá-la. 

Era o ano de 1745, na Prússia, atual Alemanha. O moleiro tinha o seu moinho nas cercanias do Palácio do rei Frederico II, um déspota esclarecido, amigo dos intelectuais. Um dos puxa-sacos do soberano tentou removê-lo dali, porque julgava que aquilo maculava a paisagem. Ele se negava a sair. Frederico II o chamou para saber o que se devia a sua resistência. E ele, então, teria dito a célebre frase: Ainda há juízes em Berlim”. Para o moleiro, a Justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei. E assim repararia qualquer lesão ou ameaça se lesão, sem distinção. 

A dúvida da frase está sendo suscitada nesta oportunidade (Ainda há juízes em Berlim?) por referir-se às instâncias do Poder Judiciário do Brasil que não sanaram a manobra judicial da condenação sumária em primeiro grau do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as instâncias superiores julgaram de acordo com o injusto juízo singular. 

Para piorar ainda mais as coisas, mesmo depois de o Brasil e o Mundo saberem da sabotagem jurídico-processual da condenação e prisão do Lula por meio do vazamento do site The Intercept Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso em vez de defender a lisura da Justiça brasileira ficou do lado dos impostoras que burlaram a ordem jurídica e judiciária do País. 

Daí a indagação: Ainda há juízes em Berlim? Seria no caso do líder petista dizer: Ainda há juízes em Brasília? Isto é, com a responsabilidade judicial e sensibilidade do justo para encararem a verdade, reconhecerem os erros, anularem os julgamentos da primeira instância e condenarem os culpados pela fraude processual-penal? Aí, sim, os brasileiros voltarão a acreditar que em Berlim, melhor dizendo, em Brasília, têm juízes para aplicarem efetivamente a lei e dar a cada um o que é seu, ou seja, imbuídos tão somente de distribuírem a justiça e fazerem o bem.

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