"Empresas querem manter o funcionamento dos serviços", diz Setut sobre greve no transporte coletivo

De acordo com o sindicato, a falta de repasses da prefeitura inviabiliza acordo com os funcionários

Por Karine Rocha,

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina disse nesta sexta- feira (18) que quer manter os ônibus circulando na capital, mesmo após decisão do Sintetro de deflagrar greve. O Setut explica que "quer assegurar o direito de ir e vir dos cidadãos teresinenses". A greve está prevista para iniciar na segunda-feira (21).

Empresas querem manter ônibus circulando depois de notificação de greve (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ)

Segundo os empresários, a notificação de greve do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí foi recebida ontem (17), mas querem manter o funcionamento dos serviços oferecidos para atender a demanda de passageiros.

"A falta de diálogo efetivo com a prefeitura, o não cumprimento por parte da prefeitura do acordo firmado em out/21 e a falta de objetividade dos gestores públicos em apresentar soluções para o transporte, tem prejudicado o sistema, e por consequência imediata, os clientes usuários dos transportes, que tanto necessitam dos serviços", afirma o Setut.

De acordo com a consultora jurídica do Setut, Naiara Moraes, os empresários estão em negociação com a Superintendência Regional do Trabalho no Piauí para solucionar as demandas trabalhistas de motoristas e cobradores de ônibus, no entanto sem os repasses acordados com a Prefeitura há impossibilidade de acordo com os funcionários.

"As empresas seguem cumprindo devidamente suas obrigações e o acordo firmado com a Prefeitura de Teresina, assumidas em outubro de 2021. Contudo, como a gestão municipal não tem cumprido, desde janeiro de 2021, com diversas obrigações contratuais, principalmente no tocante ao repasse das verbas necessárias à sobrevivência do setor, isso tem inviabilizado por completo qualquer possibilidade de haver acordo trabalhista para com seus colaboradores", disse Naiara Moraes.

Conforme o Setut, os valores calculados resultaram em R$ 71.950.946,51 referentes aos prejuízos acumulados de janeiro de 2021 até fevereiro de 2022. 

"Criadas ainda em outubro do ano passado, duas comissões especiais formadas pela Prefeitura para encontrar soluções, sendo uma para a bilhetagem eletrônica e outra para analisar alternativas financeiras, nunca deram posição quanto aos assuntos, enquanto a população segue enfrentando sozinha os problemas gerados pela crise do transporte público", disse a advogada.

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