O reajuste de R$ 3,85 na tarifa dos ônibus de Teresina começa a valer a partir desta quinta-feira (10). O valor foi aprovado pelo prefeito Firmino Filho na terça-feira (08) e o Portal AZ esteve nas paradas e terminais de integração da capital para saber a opinião dos passageiros com relação a nova passagem do transporte coletivo.

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Parada de ônibus (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ) 

Para a auxiliar de serviços gerais, Aldeci Silva, a mudança gerou impactos nos gastos dos usuários. “Eu não concordo com o aumento porque emprego já não está tão fácil e muitas vezes trabalhamos em um lugar que fica longe da nossa casa e por isso temos que pegar o transporte [coletivo] e com o aumento o gasto vai ser maior”, ressaltou Aldeci Silva. 

Dona Aldeci Silva (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ) 

A opinião também se repete para a agente de pesquisa Ana Maria que costuma pegar mais de quatro ônibus por dia.  “Temos um transporte coletivo muito precário, os ônibus são muito lotados, poucos circulam e nem todos tem ar-condicionado. É um valor muito alto a se pagar por uma qualidade muito baixa. São percursos longos que muitas vezes temos que fazer em pé e com aquele calorzão porque não há assentos”, conta Ana Maria.  

Os estudantes também não estão satisfeitos com a mudança. A reclamação é maior principalmente pra quem estuda em Teresina e mora em Timon (MA). A estudante Luana Ferreira explica que o preço prejudica ainda por não haver integração dos ônibus da capital com os da cidade vizinha.

Luana Ferreira (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ) 

“A situação pra quem é estudante, principalmente que mora em Timon fica bem mais complicada porque a gente tem a passagem estudantil de lá que é a metade da inteira, diferente de Teresina, e não tem integração. São alguns centavos mas geram muito gasto no final do mês para todo estudante que já passa por muita dificuldade”, explica a jovem. 

Nos terminais de integração, a maior reclamação dentre os usuários é sobre a demora dos ônibus. Com o aumento da passagem, muitos passageiros acreditam que o valor não corresponde devido a precariedade no sistema de integração.

Terminal de Integração Itararé (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ) 

As irmãs Edite de Castro e Jaqueline de Castro contam que perderam o compromisso por conta da demora no ônibus no terminal de integração do Itararé, localizado no bairro Dirceu, zona sudeste de Teresina. 

“Quando chegamos ao terminal o ônibus já está lotado e não conseguimos chegar ao nosso destino no horário previsto. Inventaram a integração e não colocaram ônibus suficiente para a população. Que aumente, mas que façam pelo menos melhorias”, disse Jaqueline. 

Edite de Castro e Jaqueline de Castro (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ) 

Com reajuste de R$ 3,85, Prefeitura de Teresina vai desembolsar R$ 7 milhões todos os meses

O prefeito Firmino Filho afirmou ao Portal AZ que a Prefeitura de Teresina terá que desembolsar cerca de R$ 7 milhões todos os meses em subsídio para compensar o valor inferior em relação ao proposto pelo Conselho Municipal de Transportes, que era de R$ 4,02.

“Nós fizemos um estudo para saber qual seria o impacto desse novo aumento e os recursos necessários para que nós pudéssemos minimizar esse aumento, então após o estudo preferimos continuar com o mesmo patamar de subsídio de anos anteriores”, declarou Firmino.

(Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ) 

O valor proposto pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) seria de R$ 4,02 para a passagem inteira. O reajuste proposto para a meia passagem seria de 11,30%, aumentando de R$ 1,15 para R$ 1,28. Já o Setut propôs o aumento de R$ 3,60 para R$ 4,70. 

Segundo os estudos, houve uma queda de 9,7% no número de passageiros usuários de ônibus entre 2017 e novembro de 2018. Houve uma queda também no número de passageiros pagantes de 14,6% no período. 

Foi levado em consideração também o reajuste no valor do pagamento dos servidores que operam no sistema, bem como o preço diesel, combustível utilizado na frota, que teve um incremento de 12,7% entre 2017 e 2018. 

A Prefeitura de Teresina fez o reajuste do preço da tarifa de ônibus que seria a medida prevista no contrato de licitação com as empresas e que deve ser revisada anualmente.