Cine Trans discute inclusão e visibilidade no mercado de trabalho e na saúde
Evento realizado pela Sempi destacou desafios, conquistas e políticas públicas para a comunidade trans
A Secretaria Estadual das Mulheres (Sempi) realizou, na última quarta-feira (29), a 1ª edição do Cine Trans, evento que marcou o Dia Nacional da Visibilidade Trans e abriu espaço para debates sobre inclusão social, saúde e empregabilidade da comunidade trans. O encontro aconteceu no auditório Esperança Garcia, na sede da Sempi, e contou com a participação de especialistas, representantes do governo e ativistas.

A secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, ressaltou a importância de políticas públicas para a população trans e reforçou o compromisso da Sempi com a luta contra a discriminação.
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"Precisamos continuar a trabalhar essa questão e como fazer essas políticas públicas de forma eficaz. Mas uma coisa que temos que ter clareza, é que devemos trabalhar pela não-discriminação”, afirmou.
A coordenadora do Ministério da Cultura no Piauí, Patrícia Mendes, classificou o evento como histórico e corajoso, destacando a relevância do debate. “O Ministério da Cultura, inclusive, está aqui hoje por acreditar no que está sendo feito pela Secretaria das Mulheres, essa política pública parece uma coisa muito simples, mas não é. Eu espero que a iniciativa tenha vida longa”, declarou.
O evento foi marcado pela exibição de dois documentários. O primeiro, "Transformando: vozes que ecoam", é um Trabalho de Conclusão de Curso da jornalista Leona da Mata, que aborda a presença de mulheres trans no mercado de trabalho, especialmente na mídia. A autora explicou que a ideia surgiu da sua própria experiência como a única mulher trans em sua turma de Jornalismo na UFPI.
“É muito importante que as pessoas que contratam vejam que somos pessoas normais, competentes e merecedoras desse espaço, assim como as pessoas cis”, explicou Leona.

Em seguida, foi exibido o webdocumentário "Pop Trans", produzido pelo Ministério da Saúde, que apresenta relatos de pessoas trans sobre suas experiências no Sistema Único de Saúde (SUS). O documentário também aborda a importância do respeito ao nome social e o enfrentamento ao preconceito dentro dos serviços de saúde pública.
Os debates foram mediados pela psicóloga psicodramatista Pettra Roque Araújo e por Leona da Mata. Pettra enfatizou que a transição é um processo constante na vida de todas as mulheres, não apenas das mulheres trans. “Estamos falando de mulheres trans, mas na verdade não são só mulheres transsexuais, são mulheres trans no sentido de transição, onde todas nós estamos transitando o tempo todo. Transitando de profissão, de vida, de idade. E é importante sermos aliadas nessa causa, porque estamos falando de segurança da vida e de transformações sociais impactantes”, destacou.
Durante as discussões, mulheres trans compartilharam vivências, desafios e propostas para ampliar a presença da comunidade no mercado de trabalho. Entre os principais temas abordados estiveram o acesso à capacitação profissional, a empregabilidade e a prevenção à violência doméstica.

A coordenadora da Diversidade, Igualdade Racial e Inclusão da Sempi, Letícia Gualter, reforçou que o Cine Trans busca ampliar a voz dessa comunidade e valorizar a produção cultural trans no Piauí.
A iniciativa da Sempi foi bem recebida pelos participantes, e a expectativa é que novas edições do Cine Trans sejam realizadas.
Fonte: Governo do Piauí