Carrapato transmissor da febre maculosa é monitorado pela FMS em Teresina
Estudo de campo detectou a presença do carrapato potencialmente transmissor
O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) de Teresina promoveu uma reunião no dia 9 de outubro para estabelecer o fluxo de ação em relação à febre maculosa na cidade. Essa ação foi motivada pela notificação recente de casos suspeitos da doença em seres humanos na capital. O Núcleo de Controle de Roedores e Vetores (NCRV) da Gerência de Zoonoses (GEZOON) da Fundação Municipal de Saúde (FMS) realizou um estudo de campo para identificar a presença do carrapato transmissor e da bactéria causadora da doença em Teresina. Embora não tenha sido confirmado nenhum caso humano de febre maculosa na cidade, diversos carrapatos foram coletados em vários pontos da região.
As amostras de carrapatos foram encaminhadas para a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-RJ) para identificação da espécie e testagem. Os resultados dos testes foram negativos para a presença da bactéria causadora da febre maculosa (Rickettsia rickettsii). No entanto, os carrapatos coletados nos bairros São Joaquim e na avenida Raul Lopes foram identificados como "carrapato-estrela" (espécie Amblyomma sculptum) – potencialmente transmissores da febre maculosa. Não foi detectado material genético da bactéria causadora da doença nem nos carrapatos nem nos animais hospedeiros, mas amostras de sangue de três cavalos no bairro Pedra Mole mostraram indicadores laboratoriais de contato prévio com a bactéria Rickettsia rickettsii, de acordo com informações do Cievs.
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Até o momento, foram notificados 18 casos suspeitos de febre maculosa em residentes de Teresina, mas nenhum foi confirmado (16 casos foram descartados, e dois ainda estão sob investigação). No entanto, a identificação do carrapato potencialmente transmissor e a presença de anticorpos no sangue de alguns equídeos na cidade geram preocupação quanto à possibilidade de introdução e transmissão da doença no estado, afirmou Walfrido Salmito, diretor de Vigilância em Saúde da FMS.
A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim quando este está infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Essa espécie de carrapato não é a mesma encontrada em cães, geralmente associada a esses animais, mas sim pode ser encontrada em animais de grande porte, cães, aves domésticas, gambás, coelhos e, especialmente, na capivara.
A FMS destaca as seguintes orientações como medidas de prevenção à doença:
Usar roupas longas e claras ao entrar em áreas de mata, preferencialmente com botas, para facilitar a detecção de carrapatos. Verificar periodicamente se há carrapatos aderidos ao corpo durante a permanência em locais infestados.
Caso leve cães a áreas rurais, observar se eles não se tornam hospedeiros de carrapatos e, assim, possíveis reservatórios da febre maculosa quando retornarem à cidade. Os cães podem não apresentar sintomas da doença.
Em áreas rurais, manter os animais domésticos em locais limpos e ventilados e observar regularmente se há carrapatos em seus corpos. Para equídeos (equinos, muares e asininos), buscar assistência veterinária para o controle dos carrapatos.
O carrapato infectado precisa permanecer pelo menos quatro horas fixado na pele humana para transmitir a doença. Os carrapatos mais jovens e menores são mais difíceis de serem detectados. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa.
Fonte: FMS