Denúncias Apontam Continuidade de Usurpação de Função Pública em Barro Duro
Acusação afirma agora que promotor usa de nova estratégia para burlar acordo
O promotor de Justiça Elói Pereira de Sousa Júnior, envolvido em um acordo de não persecução penal (ANPP) após confessar a usurpação de função pública no município de Barro Duro, está sendo investigado por continuar com a prática ilícita, agora utilizando sua esposa para intermediar atos administrativos. O caso, que se arrasta desde 2021, revela não apenas a atuação ilegal do promotor no lugar de seu pai, o prefeito Elói Pereira de Sousa, mas também um aparente novo desdobramento da fraude. As informações são do jornalista Rômulo Rocha em matéria do Portal 180 Graus.
Em abril de 2024, Elói Júnior, acompanhado de sua advogada, formalizou a confissão do crime de usurpação de função pública em audiência conduzida pelo Subprocurador de Justiça Jurídico João Malato Neto, responsável pelo Procedimento de Investigação Criminal nº 08/2022. O promotor admitiu que vinha de fato ocupando o cargo de prefeito de Barro Duro, realizando nomeações, exonerações e tomando decisões administrativas. A confissão gerou um acordo de não persecução penal, que ainda precisa ser homologado judicialmente, mas a medida despenalizadora prevê que o investigado cumpra uma série de obrigações, como o pagamento de R$ 10.000 ao Fundo de Modernização do Ministério Público e a proibição de intervir nos assuntos da Prefeitura.
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No entanto, novas denúncias levantaram suspeitas sobre a real descontinuidade da prática criminosa. Segundo informações recentes, Elói Júnior teria passado a utilizar sua esposa para continuar comandando a administração municipal, em uma tentativa de manter o controle político de Barro Duro sem ser diretamente implicado. A estratégia de usar a esposa como intermediária indicaria que o promotor não teria cessado sua atuação ilegal, apenas adaptado sua forma de agir para evitar a fiscalização direta.
O Acordo de Não Persecução Penal, que exige a confissão do crime e o cumprimento das condições estabelecidas, poderá ser rescindido caso Elói Júnior descumpra suas obrigações. Entre as imposições, estão a obrigação de não se aproximar das dependências da Prefeitura de Barro Duro, o pagamento da multa e a renúncia ao porte de armas até as eleições de 2024. Caso o acordo seja descumprido, o Ministério Público poderá retomar a persecução penal contra ele.
A confissão de Elói Júnior foi gravada e registrada em mídia audiovisual, conforme exigido pelo processo. Apesar disso, as investigações continuam, e o caso segue sendo acompanhado de perto pelo Tribunal de Justiça do Piauí. O desembargador Sebastião Ribeiro Martins, relator do caso, analisará a homologação do acordo, que pode ser crucial para o encerramento ou continuidade do processo.
O caso teve início em 2021, quando cidadãos de Barro Duro começaram a relatar à Ouvidoria do Ministério Público que o promotor estava, de fato, substituindo seu pai na administração da cidade. Desde então, o caso tem gerado repercussão e sido alvo de investigações detalhadas, com o Ministério Público do Piauí buscando esclarecer as responsabilidades e a real extensão das práticas ilícitas.
Enquanto o processo segue em aberto, a principal dúvida que permanece é sobre a eficácia do acordo de não persecução penal, especialmente diante das novas acusações de que Elói Júnior, ao invés de abandonar a prática, tem usado de artifícios para continuar a exercer as funções de prefeito, agora, por meio de sua esposa.
O Portal AZ deixa o espaço aberto para possivel fala de Éloi.
Fonte: Portal AZ