Polícia Federal deflagra operação Acesso Negado e prende jornalista em Teresina

Ação investiga fornecimento indevido de informações de caráter sigiloso

Por Renayra de Sá,

(Atualizada às 09h06)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (18), a Operação “Acesso Negado” que investiga atos ilegais de intervenção e embaraçamento na operação policial “Delivery”, que apura desvio de recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) destinados ao município de União. Um dos alvos da ação é o Jornalista Tony Trindade, que foi preso na própria residência, localizada na zona Sul de Teresina. Clique aqui e veja o posicionamento do jornalista sobre a prisão. 

Jornalista Tony Trindade (Foto: reprodução/Facebook)

Segundo a polícia, no curso da Operação "Delivery" foram identificados atos escusos relacionados a encontros obscuros com agentes públicos no intuito de obter informações sigilosas, acesso indevido a processo judicial sigiloso, convergência e manipulação de versões, atos intimidatórios no intuito de frustrar a investigação policial, dentre outros fatos.

Polícia Federal deflagra operação Acesso Negado e cumpre mandados em Teresina e Monsenhor Gil (Foto: divulgação)

Nesta fase da investigação estão sendo mobilizados vinte policiais federais para o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina, onde foi preso o jornalista, e em Monsenhor Gil, expedidos pela Justiça Federal de Teresina. O objetivo do cumprimento das medidas judiciais é colher elementos materiais de prova e que identifiquem terceiros responsáveis por fornecer indevidamente informações de caráter sigiloso.


Ação investiga fornecimento indevido de informações de caráter sigiloso (Foto: divulgação) 

Os investigados poderão responder, na medida de suas culpabilidades, pelo crime de embaraço a investigação policial de crime praticado por organização criminosa (art. 2º, §1º da lei 12.850/13) cuja pena pode chegar a 8 anos de reclusão.

Nome da operação

O nome da operação faz referência à conduta daqueles que obtém acesso ilegal a informações resguardadas pelo sigilo.

Operação Delivery

A Polícia Federal do Piauí, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União, deflagrou em maio desse ano, a Operação Delivery, decorrente de investigação de desvio de recursos públicos da educação destinados a cidade de União.

Segundo a PF, cinco pessoas foram presas, entre elas empresários, agentes públicos municipais e um vereador. Elas são investigadas por crimes de corrupção, peculato e fraudes licitatórias.

Livros que foram apreendidos pela PF em União (Foto: divulgação)

“A Secretaria de Educação de União teria adquirido livros escolares em quantidade maior que o número de alunos do município, utilizando verbas do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para a contratação de empresas fictícias de Fortaleza/CE, responsáveis pelo fornecimento fraudulento do material didático” diz a PF em nota.

Matérias relacionadas:

CGU aponta superfaturamento de R$ 541 mil em contrato da Prefeitura de União com empresa do Ceará    

Prefeitura diz em nota que já havia exonerado secretário alvo da Polícia Federal    

Polícia Federal prende empresários, agentes públicos e vereador em operação no Piauí

Motorista da prefeitura de União é preso transportando meio milhão de reais durante a madrugada

Dinheiro apreendido em carro de prefeitura supostamente desaparece e apenas R$ 370 mil chegam na delegacia

Comente

Pequisar