Delação foi estopim para novos rumos na solução da execução de Marielle Franco
Os acusados já haviam tentado assassinar a vereadora anteriormente, no final de 2017
Uma nova revelação surgiu no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, apontado como o motorista do carro utilizado no atentado, fez uma delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), onde relatou uma tentativa frustrada de matar Marielle ainda em 2017.
De acordo com Élcio, na noite de ano novo de 2017 para 2018, ele e Ronnie Lessa, ex-policial reformado e também preso desde 2019 pelo assassinato de Marielle e Anderson, estavam juntos quando Ronnie, alcoolizado, confessou ter tentado assassinar a vereadora semanas antes. Ronnie contou que a ação foi planejada com a participação do ex-bombeiro Maxwell Corrêa, conhecido como "Suel", que acabou sendo preso nesta segunda-feira (24), e do policial militar Edmilson, identificado como "Macalé", que foi morto a tiros em 2021.
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A tentativa de assassinato foi supostamente frustrada por problemas mecânicos no carro utilizado pelos criminosos, conforme afirmou Élcio em sua delação. Segundo o depoimento, Ronnie acreditava que Maxwell tivesse recuado devido ao medo, o que teria contribuído para o fracasso da ação planejada.
A delação de Élcio também revelou que, no dia da tentativa de assassinato, a vereadora estava em um táxi próximo ao bairro Estácio. Maxwell atuava como motorista do veículo, enquanto Ronnie estava no banco do passageiro portando uma submetralhadora MP5, e Edmilson ficou com um fuzil AK47 no banco traseiro, pronto para interromper o trânsito caso necessário.
O depoimento de Élcio já foi homologado pela Justiça, e ele confessou ter sido o motorista do carro Cobalt prata usado no atentado contra Marielle. Além disso, ele afirmou que foi Ronnie Lessa quem fez os disparos com uma submetralhadora no momento do crime.
Atualmente, tanto Ronnie Lessa quanto Élcio Vieira de Queiroz aguardam julgamento pelo Tribunal do Júri, mas a data da sessão ainda não foi marcada.
A prisão de Maxwell Corrêa, o "Suel", ocorreu na primeira fase da Operação Élpis, a qual marca a retomada das investigações dos homicídios pela PF desde o início de 2023. Vale lembrar que em 2021, "Suel" já havia sido condenado a quatro anos de prisão por obstrução das investigações.
O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes ocorreu em 14 de março de 2018, quando um veículo Cobalt prata se aproximou do carro da vereadora e efetuou treze disparos, resultando na morte de ambos. Os criminosos fugiram sem roubar qualquer pertence das vítimas, tornando o caso ainda mais misterioso e chocante. Com as novas revelações obtidas através da delação de Élcio, as autoridades seguem em busca de esclarecer a fundo esse crime que causou indignação em todo o país.
Fonte: com informações G1