Bolsonaro e aliados vão depor sobre tentativa de golpe de Estado nesta quinta
Para evitar a combinação de versões entre os investigados, todos serão ouvidos simultaneamente pela PF
Está agendado, para esta quinta-feira (21), o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal, em Brasília. Além dele, são aguardados depoimentos de militares, ex-ministros e ex-assessores do ex-chefe do Executivo. A PF está investigando a tentativa de golpe de Estado.
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Bolsonaro indicou, na terça-feira (20/2), que pretende permanecer em silêncio durante a oitiva. Os depoimentos estão programados para começar às 14h30.
Para evitar a combinação de versões entre os investigados, todos serão ouvidos simultaneamente pela PF. Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, iniciada em 8 de fevereiro para apurar a disseminação de informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação e a tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito por meio de um golpe de Estado.
Durante a operação, foram realizados 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Entre os alvos estavam diversos militares e aliados políticos de Bolsonaro, incluindo Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, entre outros.
Veja quem foi convocado para depor:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente);
- Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército);
- Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência);
- Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro);
- Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha);
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército);
- Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro);
- Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército);
- Bernardo Ferreira de Araújo Júnior;
- Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército).
As investigações indicam que Bolsonaro recebeu e fez alterações na minuta golpista encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Inicialmente, o documento previa a prisão de Moraes e Gilmar Mendes, ministros do STF, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bolsonaro recebeu a minuta de Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência, e do advogado Amauri Saad, responsável por redigir o texto.
Investigadores da Polícia Federal acreditam que Anderson Torres poderá fornecer informações importantes sobre a tentativa de golpe de Estado que resultou nos incidentes de 8 de janeiro do ano passado, em Brasília. Torres afirmou a pessoas próximas que está disposto a colaborar com as autoridades e responder a todas as perguntas durante o interrogatório.
Fonte: Com informações do Correio Braziliense