Rafael Fonteles é o grande perderdor das eleições

Apesar de derrotado, o governador atua para se firmar como alguém acima das querelas politicas

Mordido de porca

Rafael Fonteles (PT) é o grande derrotado nas eleições municipais – apesar de fazer parecer o contrário.

Ele apostou sua ficha numa espécie de “top five” das cidades – Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Piripiri. Perdeu em três e onde venceu, Picos e Piripiri, tem uma vitória parcial, porque na primeira o nome vencedor é do MDB e na segunda os dois candidatos em disputa são de sua base.

Ou seja, não ganhou também.

Foto: Reprodução/PT PiauíFábio Novo e Rafael Fonteles
Fábio Novo e Rafael Fonteles em campanha política

Teresina falhou

O governador entrou de corpo, alma e máquina do governo na campanha de Teresina. Levou uma surra de votos.

Como assumiu a campanha de Fábio Novo, que se eleito seria pouco mais que um secretário de estado dele, Rafael Fonteles teve na capital do Estado uma derrota com D maiúsculo.

Deve estar envergonhado.

Danou-se em Parnaíba

Em Parnaíba, para onde o governador despachou seu assessor Marcelo Noleto para ensinar Dr. Hélio a fazer campanha, a decisão de fazer do Palácio de Karnak uma extensão do comitê de campanha deu ao governador uma derrota numericamente ainda mais extensa que em Teresina.

Imagina-se como está o governo de Rafael com Noleto ensinando a fazer política.

Foto: ReproduçãoFrancisco Emanuel
Francisco Emanuel levou a melhor na corrida pela prefeitura de Parnaíba

São Raimundo Nonato

O governador não se meteu na campanha de São Raimundo Nonato, onde o candidato de seu partido, Isaías Neto, perdeu para o emedebista Rogério Castro, bancado pelo senador Marcelo Castro.

Castro vence batendo o PT, o que de algum modo respinga no Rafael Fonteles, porque dois dos mais proeminentes próceres petistas, Wellington Dias e Merlong Solano, preferiram ficar com o nome do partido na terra da Serra da Capivara.

Cumprimentos

Apesar de derrotado, o governador atua para se firmar como alguém acima das querelas politicas já passadas.

Ontem, antes mesmo do final da apuração, postou em rede social cumprimentos aos prefeitos eleitos e reeleitos, frisando os nomes de Sílvio Mendes, Novo Francisco (Parnaíba), Antônio Reis (Floriano), Pablo Santos (Picos) e Jove Oliveira, reeleita em Piripiri.

Mas tudo isso é puro fingimento, ele está com ódio dos que ganharam.

O encontro

Aproveitou para anunciar um encontro que quer ter com todos os 224 prefeitos eleitos e reeleitos, em novembro, para um firmarem um “pacto administrativo”.

Está na hora dos eleitos darem o troco ao governador: quando se elegeu dois anos atrás, Fonteles humilhou os derrotados e disse que só rebeia quem nele votou.

Institutos se danaram

Rafael Fonteles postou na rede social Instagram números de seis pesquisas a indicar a vitória de Fabio Novo no primeiro turno.

Se acreditou nos institutos, o governador jogou fora sua alma de matemático, porque todas as pesquisas citadas por ele deram o contrário.

Foto: ReproduçãoTrecho da publicação menciona vitória de Fábio em primeiro turno
Várias pesquisas apontavam vitória de Fábio já no primeiro turno

Os números fakes

Seguem abaixo os números das pesquisas publicadas sobre as eleições em Teresina (votos válidos), citadas pelo governador e desmoralizadas pela apuração do TSE. Deu exatamente o inverso:

IPPI – Fabio Novo 52,3%; Silvio Mendes, 42,3%

Opinar – Fabio Novo 52,2% Silvio Mendes42,4%

Credibilidade – Fabio Novo, 52,2% Silvio Mendes, 39,6%

DataMax – Fabio Novo, 51,6% Silvio Mendes, 43,9% 

Consulte – Fabio Novo, 51,1% Silvio Mendes, 43,8% 

Futura – Fabio Novo, 50,9%; Sílvio Mendes, 41,9%

Lambança

E teve a lambança do Quaest, em que Sílvio Mendes aparecia em primeiro lugar nas pesquisas espontânea e estimulada, mas ficava em segundo nos votos válidos, com 48% para o derrotado Fábio Novo e 47% para o prefeito eleito de Teresina.

Errou feio

Matemático de formação, o governador disse como Fábio vinha crescendo em todos os institutos, estimava que o petista chegaria eleito em primeiro turno com mais de 55% dos votos válidos. Muito semelhante ao que ocorreu em 2022.

As urnas desmentiram as previsões.

“Vitorioso”

Fabio Novo disse após perder a eleição que seu grupo político foi vitorioso porque elegeu 18 dos 29 vereadores de Teresina.

Vamos lembrar a ele que em 2002, quando foi eleito governador, o derrotado governador Hugo Napoleão também se saiu “vitorioso”, porque sua aliança política elegeu 20 dos 30 deputados estaduais.

Conversa com vereadores

O prefeito eleito Silvio Mendes (União Brasil) disse que vai conversar com os vereadores eleitos em torno de projetos que pretende encaminhar à Câmara.

Mas ainda não mencionou como vai fazer para compor uma maioria no Legislativo municipal.

Petrus e Pedro

Dois dos grandes vencedores da eleição municipal: Petrus Evelin, eleito vereador com 5.848 votos e Pedro Alcântara, que se tornou segundo suplente de vereador com 3.519 votos.

Ambos são do PP, ambos desempenharam um papel fundamental na comunicação de Sílvio Mendes.

E pelo que se sabe os dois não tiveram grandes gastos de campanha, ou seja, ganharam “no grito”, com a cara e a coragem.

Foto: ReproduçãoPetrus Evelyn
Petrus Evelyn

Os novatos

A Câmara Municipal tem um estreante nem tão estreante assim: Eduardo Draga Alana (PSD), que se assumiu mandato, mas como suplente, mas agora conquista o mandato como o mais bem votado.

Eleitos para seus primeiros mandatos, o já citado PetruS Evelin, Daniel Carvalho (MDB)Juca Alves (PSD), Roncallin (PRD), Ana Fidelis (Republicanos), Carlos Ribeiro (PDT), Zé Neto (MDB), Delegado James Guerra (Avante), que em duas eleições foi bem votado e nem suplente ficou; João Pereira (PT), Samuel Alencar (União Brasil), filho do vice-prefeito eleito Jeová Alencar; Zé Filho (PSD), Lucy Soares (MDB), Fernando Lima (PDT), Carpejane Gomes (Podemos) e Tatiana Medeiros (PSB).

Oito suplentes bem votados

Oito candidatos que ficaram na suplência de vereador tiveram mais votos que os vereadores seis vereadores eleitos por média.
Os vereadores eleitos Zé Filho (4.740 votos), Lucy Soares (4.633), Aluísio Sampaio (4.603), Fernando Lima (4.209), Carpejane Gomes (3.003) e Tatiana Medeiros (2.925) tiveram menos votos que os suplentes Alan Brandão (5.979 votos), Leonardo Eulálio (5.516), Roberval Queiroz (5.387), Inácio Carvalho (5.237), Valdiná Pires (5.050), Caio Bucar (4.920), Guilherme Xavier (4.893) e Neto do Angelim (4.762).

De fora

Oito candidatos que ficaram na suplência de vereador tiveram mais votos que os vereadores seis vereadores eleitos por média.

Os vereadores eleitos Zé Filho (4.740 votos), Lucy Soares (4.633), Aluísio Sampaio (4.603), Fernando Lima (4.209), Carpejane Gomes (3.003) e Tatiana Medeiros (2.925) tiveram menos votos que os suplentes Alan Brandão (5.979 votos), Leonardo Eulálio (5.516), Roberval Queiroz (5.387), Inácio Carvalho (5.237), Valdiná Pires (5.050), Caio Bucar (4.920), Guilherme Xavier (4.893) e Neto do Angelim (4.762).

Porca digital 

A eleição para vereador demonstra mais uma vez que rede social usada para gracejos e fofocas diverte, mas não rende votos.
Erlan Bastos, do Solidariedade, tem 394 mil seguidores no Instagram. Teve 707 votos.
Bob Guerreiro, do PP, com 1,9 milhão de seguidores na mesma rede, teve 360 votos para vereador de Teresina.

Vitória gigante

Com maioria de 11.258 sobre o adversário do PT, o prefeito de União, Gustavo Medeiros (União Brasil), quebrou uma escrita: é o primeiro prefeito reeleito na cidade desde 1996.
Medeiros, ele próprio derrotado em duas tentativas de reeleição, foi agora reeleito com 21.240 votos contra 9.982 votos dados a Ramiro Saraiva.

Pijamas 

Dois ex-congressistas do Piauí, Elmano Ferrer, do PP, e Jesus Rodrigues, do Solidariedade, tiveram desempenho pífio na época eleição para vereador em Teresina.
Elmano até foi prefeito e senador teve 2.782 votos e Rodrigues, ex-deputado federal, somente 376.

Bem mal 1

Ex-deputado estadual, Henrique Rebelo é outro que não se dá bem com a urna.
Agora abrigado no PSD, teve somente 1.096 votos.

Bem mal 2

Desempenho ainda menos favorável tiveram o ex-líder de Dr. Pessoa, Antônio José Lira, do Avante (951 votos), a ex-vereadora Luciana Sebim, do PL (939), a ex-secretária municipal da Mulher, Carla Berger, do Avante (869), o ex-deputado estadual Irmão Elias, do PP (744).

Voto caro

A PF bateu numa reunião do candidato Érico da Luta e se diz que apreendeu R$ 500 mil destinados à compra de votos.
Será que foi pela falta desse capital que o candidato teve minguados 597 votos?

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