O Piauí tem a segunda maior desigualdade de renda no país, diz o IBGE
O Piauí tem a segunda maior desigualdade de renda no país, diz o IBGE
Em 2018 o Piauí apresentou o segundo pior índice de Gini do país, com 0,547, só sendo superado pelo Maranhão, que apresentou um índice de 0,548. Esse índice mede o grau de concentração de renda em determinado grupo populacional. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Assim, pelos critérios desse índice, temos que quanto mais próximo de um mais desigual é a relação e quanto mais próximo de zero, menos desigual.
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O semiárido do Piauí, onde a pobreza é ainda mais severa
Para critério de comparação, a média registrada no Brasil foi de 0,509 e a unidade da federação com o menor índice foi Santa Catarina, com 0,309. De 2017 a 2018 o Piauí apresentou uma piora desse indicador, tendo passado de 0,537 para 0547.
Essa desigualdade se expressa de modo mais compreensível quando se aponta na PNAD que em 2018 no Piauí as pessoas entre os 10% de maior rendimento do trabalho recebiam 72,3 vezes mais que as pessoas que estavam entre os 10% de menor rendimento, o que representava a maior razão dentre todos os Estados do país.
Em termos de comparação, a média observada para o Brasil foi de 36,9 vezes e a unidade da federação que apresentou a menor proporção foi Santa Catarina, com 12,6 vezes.
Quando se compara esse indicador para o Piauí, dentro da série histórica de 2012 a 2018, percebemos que essa relação de rendimento das pessoas entre os 10% de maior rendimento e os 10% de menor rendimento já variou bastante, tendo sido de 58,4 vezes em 2012 e atingido seu maior valor em 2015, quando registrou 88,9 vezes.
Piauí tem também o menor rendimento médio do país
Em 2018 o Piauí apresentou o segundo menor rendimento médio real da população no Brasil, considerando-se todos os trabalhos exercidos, que ficou em R$ 1.425,00, só superando o registrado para o Estado do Maranhão, que ficou em R$ 1.188,00.
O rendimento médio real do piauiense representava cerca de 64% do valor do rendimento médio real observado para o Brasil, que foi de R$ 2.234,00.
As unidades da federação que apresentaram os maiores rendimentos médio reais do trabalho foram o Distrito Federal, com R$ 3.834,00, seguido de São Paulo, com R$ 2.876,00.
Contudo, apesar do rendimento médio do trabalho no Piauí ser o segundo menor do país em 2018, merece destaque o fato de que, na série histórica de 2012 a 2018, o Piauí foi o Estado que apresentou o maior crescimento desse rendimento no Brasil, que foi da ordem de 19,9%, tendo passado de R$ 1.188,00, em 2012, para R$ 1.425,00, em 2018.
Os dados foram divulgados na tarde de quinta-feira pelo IBGE, com base em dados da uarta- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) sobre os rendimentos de todas as fontes em 2018.
Nessa pesquisa investiga-se, regularmente, informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos, bem como também de outras fontes de renda do brasileiro, dentre as quais aquelas provenientes de aposentadoria, pensão de previdência pública, aluguéis, seguro-desemprego, pensão alimentícia, transferências do Bolsa Família, benefício de prestação continuada (LOAS).
Outros indicadores
Além da concentração da renda (desigualdade social), a pesquisa também apontou alguns outros importantes indicadores:
Piauí apresenta o segundo maior contingente de domicílios que recebem Bolsa Família no Brasil (33,8% dos domicílios recebiam o benefício).
O Estado apresentou o terceiro menor rendimento médio real da população no Brasil, considerando o rendimento de todas as fontes, apesar de ter sido o Estado que apresentou o maior crescimento do rendimento pessoal no país de 2012 a 2018, de cerca de 16,4%.
Teve o Piauí o segundo menor rendimento médio real da população no Brasil, considerando o rendimento exclusivamente do trabalho, apesar de ter sido o Estado que apresentou o maior crescimento do rendimento pessoal no país de 2012 a 2018, de cerca de 19,4%
No Piauí as mulheres têm um rendimento médio de R$ 1.337,00, cerca de 90% do rendimento dos homens, média maior que a verificada para o Brasil (79%).
Pessoas negras ou pardas têm um rendimento médio de 52% do valor do rendimento médio das pessoas de cor branca (terceiro menor valor do Brasil) no Piauí.