Na agricultura, Wellington Dias é um fracasso em mão dupla
Na agricultura, Wellington Dias é um fracasso em mão dupla
O Piauí vai colher em 2022 a maior safra de grãos de sua história. Somente de soja serão mais de 3 milhões de toneladas. Considerando ainda milho e feijão, vai passar de 5 milhões de toneladas. A maior parte dessa colheita será da agricultura de alto rendimento – o agronegócio, um sucesso empresarial assentado nas terras do Sudoeste do estado.
No que resta de Piauí, não se poderá esperar uma produção e uma produtividade extraordinariamente boas – por falta de capital financeiro e de conhecimento técnico e tecnológico, garantidores de suporte aos agricultores familiares.
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O governo do Piauí faz propaganda da safra dos outros, mas não faz estradas para escoar o que de produz
É claro que toda essa produção agrícola que empurra para cima o crescimento econômico do Piauí vai ser alvo da sanha propagandística do governo do senhor Wellington Dias, do PT, que desde seu primeiro mandato tomou para si, como se obra sua fosse, toda e qualquer expansão econômica do Piauí. Em 2022 ele vai fazer lindos comerciais de TV dizendo que boa safra é coisa do governo dele. É um pândego!
O PIB cresce, conforme a comunicação/propaganda oficial, por obra e graça de sua excelência, o governador. Falso. O PIB cresce por ação privada e pela recorrente oferta de recursos da União. Neste último caso, via transferência de renda via programas de auxílio financeiro oficial, entre os quais o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada e por pensões e aposentadorias do INSS, que despejam bilhões de reais na economia local todos os anos.
No caso da ação privada, a agricultura poderia ser uma alavanca muito maior para o PIB estadual – mas o governo que faz propaganda não faz estradas, não apoia de modo adequado a agricultura familiar, não age para que o apoio estatal à produção agropecuária não se torne um arrimo eterno, ou, pior que isso, uma fonte de eterna dependência do pequeno produtor.
O fracasso do governo estadual no apoio ao setor agropecuário é um desastre em mão dupla. Wellington Dias fatiou a Secretaria de Agricultura, que em seu primeiro governo ganhou o nome de Desenvolvimento Rural. Criou duas pastas, uma de Agronegócio, outra de Agricultura Familiar. Deixou virar um zumbi autárquico o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e está matando por inanição a Agência de Defesa Agropecuária (Adapi).
A Secretaria de Agronegócio faz festas, como a Expoapi, e realiza obra de pavimentação em cidades. Onde interessa, a pavimentação de rodovias no Sudoeste do Piauí, a pasta do agronegócio nunca colocou um metro de asfalto.
A Secretaria da Agricultura Familiar é um bibelô administrativo que também faz calçamento e outras pequenas obras, enquanto se perde na memória o tempo em que havia no Piauí a preocupação de se garantir sementes e insumos para que o agricultor familiar pudesse cultivar o mínimo que fosse para seu sustento.
No caso do agronegócio, a existência de uma secretaria específica só escancara o caráter publicitário e de marquetagem do governo petista para com um setor econômico demonizado pelo PT. Mas no caso da agricultura familiar, é realmente espantoso o desmonte que se observa, porque esta é uma bandeira cara ao partido no poder no Piauí e, ano após ano, a falta de apoio se escancara.
No atual momento, pode-se dar um exemplo muito evidente do apagão administrativo à agricultura familiar. A temporada de chuvas antecipada por fenômeno climatológico (La Niña) pode ter sido literalmente uma ducha de água fria para agricultores familiares. Se a Secretaria de Agricultura Familiar funcionasse minimamente, teria um bom serviço de informes meteorológicos para precisar as janelas de plantio, com a aquisição de sementes e insumos que pudessem assegurar cultivos em roçados. É claro que não existe nada disso em um aparato estatal voltado menos para a agricultura e mais para interesses político-partidários comezinhos.
Infelizmente, para abrigar seus aliados, Wellington Dias fez sucessivas reformas administrativas que criaram, “descriaram” e recriaram órgãos públicos ao bel prazer do governador. No meio das idas e vindas de tantas reformas administrativas ficaram a eficiência, a eficácia e a efetividade da gestão pública voltada para resultados.