Para melhorar o IDH Piauí precisa aumentar renda atraindo investimento

O front inicial são as energias renováveis, sobretudo a aposta no hidrogênio verde

Rafael Fonteles tem se mostrado um viajor. Desde que assumiu o governo do Piauí foi três vezes à Europa, à cata de investimentos para o Estado e fora do Piauí se dedicou a peregrinar por Brasília em busca de dinheiro – e no caso da reforma tributária, empenhou-se pessoalmente numa cruzada que iniciou ainda quando secretário da Fazenda e presidente do Comsefaz – o Comitê de Secretários Estaduais de Fazenda.

Foto: DivulgaçãoRafael Fonteles na Estônia
Rafael Fonteles na Estônia

Bem mais que os antecessores do mesmo campo político – inclusive seu padrinho político Wellington Dias – tem se empenhado em tornar as viagens mais produtivas que tão-somente as postagens em redes sociais, que dão recall de imagem, mas não produzem mais que isso.  A viagem líquida, ou seja, o que dela resulta como produto para o Piauí, é algo a ser consolidado em tratativas que seguem.

O governador tem se esforçado de fazer com que suas saídas do país e do Estado produzam resultados em forma de mais negócios no Estado – o que pode se transformar em mais empregos, aumento da massa salarial e da renda, que tem sido o mais poderoso entrave na melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano do Piauí ao longo das últimas duas décadas: políticas públicas de saúde e educação avançam, ainda que em velocidade menor que o desejável, mas a renda não avança porque há necessidade de investimentos continuados para que haja mais dinheiro nas mãos das famílias piauienses.

Há duas frentes em que o governo atual do Piauí sob a liderança de Rafael Fonteles pode obter mais êxito no propósito de, ao atrair grandes investimentos, favorecer a expansão da renda média do trabalho, sobretudo, no Piauí.
O front inicial são as energias renováveis, sobretudo a aposta no hidrogênio verde. Estados como o Ceará partiram na frente à cata de investidores dispostos a colocar dinheiro em plantas de produção. O governo do Piauí partiu depois, mas o empenho pessoal do governador para atrair negócios pode favorecer o estado nessa corrida, principalmente pelo dinheiro dos europeus.

Outro é atrair negócios na área da indústria de transformação, como plantas industriais de processamento de alimentos, e de prospecção de minérios – tanto do Brasil quanto do exterior. O governo estadual quer as empresas operando em diversos pontos do Piauí. Não está ainda claro que mecanismos serão usados para favorecer a instalação de empresas no Estado, mas o governo enxerga nisso outro mecanismo capaz de ampliar a renda, seja por aumento de massa salarial, seja porque grandes empreendimentos geram negócios novos em seu entorno.

Assegurar que setores dinâmicos e com grande ocupação de mão de obra, como a cajucultura e a apicultura, ambos com uma pegada orgânica e agroecológica, sejam incentivados é uma medida que precisa ser levada a efeito pelo governo. Para além da intenção, convém lembrar que no semiárido do Piauí essas duas atividades já ocupam milhares de pessoas. Apoiá-las de modo continuado é decisivo para aumento de renda, o calcanhar-de-Aquiles do IDH do Piauí, cuja melhoria depende substancialmente de aumento da renda das famílias.

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