Os oráculos do fracasso brasileiro sob Lula devem rever suas previsões

Lula se afasta da possibilidade de fazer verdadeiras as previsões catastróficas sobre seu governo

O ex-presidente Jair Bolsonaro previu que o Brasil se transformaria em uma versão agigantada da ruinosa e arruinada Venezuela caso Lula vencesse – como de fato venceu – a eleição presidencial. Bolsonaro repetia as palavras do seu ex-ministro da Economia, o pouco funcional Paulo Guedes. Como bonecos de ventríloquos, gente próxima de Bolsonaro, repete o mantra do fracasso de Lula.

Era de seis meses prazo para o Brasil cair no abismo das incertezas econômicas, de fiascos macroeconômicos que enterrariam os fundamentos da economia e trariam consequências desastrosas, e, numa sequência cataclísmica, levariam multidões de famélicos às ruas para saquear lojas e promover, quem sabe, uma revolução que traria de volta a época dourada (?) de um sistema político e político indefinido, mas que na falta de melhor meio de ser nomeado, é chamado de bolsonarismo.

Bem, quem faz previsões de fracasso do governo Lula amarra suas certezas em mantras e em torcida contrária ao país. Essa gente ainda não se deu conta de que o governo Lula começou antes que Bolsonaro deixasse o cargo porque, o ex-presidente, por desídia, inépcia e indolência, deixou que o seu sucessor se ocupasse da governança mais de dois meses antes de assumir de direito o poder.

Há muito de torcida, de postura áulica e de análise fraca ou vocacionada à militância as previsões sobre o fiasco do Brasil sob Lula. Falta também honestidade intelectual ou desejo de animar macacas de auditório da militância.

Lula no comando do Executivo – antes mesmo de assumir – costurou com o Legislativo e o Judiciário uma agenda que focou em aprovação de um orçamento exequível, de uma legislação fiscal capaz de fazer o Estado funcionar sem avançar em gastos para além do que suporta a sua capacidade de arrecadar e se endividar e lançou pontes para uma pacificação do país – inclusive com setores produtivos que lhe cerraram os dentes na campanha.

Ao agir nessa direção e, embora errando em seus ataques ao Banco Central, por exemplo (igualmente os adversários para animar suas macacas de auditório), Lula fez o que é certo em um país: preservar o discurso, mas não fazer dele cavalo de batalha capaz de inviabilizar a economia e a institucionalidade, que caminham juntas, aliás.

Nessa perspectiva, Lula se afasta da possibilidade de fazer verdadeiras as previsões catastróficas sobre seu governo. Mesmo que se esforçasse na direção contrária, o presidente seria barrado por forças maiores que ele: a economia brasileira é grande demais para aceitar passivamente a ação de um mandatário que, com suas medidas, pode sujeitá-la à lona. Bolsonaro, aliás, é uma evidência disso.

Saiba mais sobre:

Comente

Pequisar