Está no aumento da renda a chave para melhoria de vida do piauiense

O IPM-NM aponta bem mais que apenas a queda na pobreza

Faz tempo que no Piauí a melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) virou um cavalo de batalha em disputas políticas. A oferta de mais (e nem sempre melhores) serviços básicos de saúde e educação garantem uma mínima qualidade em dois dos indicadores que formam o IDH: a educação e a longevidade (saúde). Mas a renda empaca. A renda não cresce, porque para isso é preciso bem mais que a ação direta do Estado.

Nesta sexta-feira, uma pesquisa com um estudo experimental do IBGE mostrou que renda segue como o calcanhar-de-aquiles da melhoria da qualidade de vida do Piauí.

Foto: Imagem de Arquivo/Agência BrasilDinheiro

Trata-se do Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário (IPM-NM) que apontou para redução de 70%da população com algum grau de pobreza no Piauí.

Com base nas informações das edições da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 e 2017-2018, o IPM-NM aponta bem mais que apenas a queda na pobreza: mede redução na qualidade de vida em um espectro bem mais amplo que o IDH.

Com isso, o índice se mede a partir das perdas individuais de qualidade de vida, considerando um amplo conjunto de indicadores não monetários, distribuídos em seis dimensões: moradia; acesso aos serviços de utilidade pública; saúde e alimentação; educação; acesso aos serviços financeiros e padrão de vida; transporte e lazer. 

Se uma pessoa não tem mais acesso a um terço (33,33%) ou mais de um desses indicadores, a queda na qualidade de vida vai indicar a inserção dela no Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário (IPM-NM).

É neste ponto que a renda pesa sobre a ampliação da pobreza e da vulnerabilidade social – que podem atingir diferentes estratos demográficos: no período 2017-2018, o acesso aos serviços financeiros e padrão de vida teve queda de 19,9% entre os piauienses.

Isso significa que um em cinco pessoas residentes no Piauí naquele período teve perda da bens duráveis, restrição a conta em banco e as dificuldades de pagar as contas do dia a dia. 

Menor acesso a serviços de utilidade pública, como energia, água, esgoto e coleta de lixo é o segundo indicador com maior perda no Piauí, chegando a 18,6% na comparação de 2008-2009 e 2017-2018.

A dimensão com o terceiro maior peso no IPM-NM do estado, com 18,3%, é educação, abrangendo aspectos como a frequência e o atraso escolar.

Nas duas últimas situações, a avaliação dos serviços pode influir positiva ou negativamente no índice.

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