Com impasse entre Sintetro e Setut, greve continua: "não temos condições de trabalhar"

Sem acordo entre as partes, greve entra em seu quarto dia nesta quinta

Por Jade Araujo,

O impasse no transporte coletivo segue em Teresina. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e a desembargadora Liana Chaib se reuniram, mas sem acordo entre as partes. Os trabalhadores pedem assinatura da convenção coletiva de trabalho e o retorno de benefícios, como o ticket alimentação. 

Impasse no transporte coletivo segue em Teresina e Sintetro mantém greve (Foto: Wilson Nanaia / Portal AZ)

Em entrevista ao Portal AZ, nesta quinta-feira (24), o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, afirmou que já foram apresentadas três propostas recusadas pelo Setut. Inicialmente, a proposta previa reajuste dos anos de 2020, 2021 e 2022, tanto do salário quando do ticket alimentação. A segunda proposta é o reajuste salarial de 2021, ticket alimentação com valor de 2021, R$ 611, e a divisão do plano de saúde entre 50% pela empresa e o restante pelo trabalhador. A terceira proposta diminuía o ticket, salário de 2019 com reajuste de 10.6%, cerca de R$ 200 reais de aumento, e plano de saúde meio a meio. O presidente afirma que as três propostas foram recusadas.

"Conversamos bastante, mas não houve nenhum avanço. A categoria continua de braços cruzados. A gente sabe da decisão, mas os trabalhadores não têm condições de trabalhar nesses termos. Tem contracheque de R$ 400, R$ 500, R$ 600. A convenção se tornou hoje mais importante do que a CLT porque eles não obedecem. Nenhum trabalhador sabe quando vai receber", afirma.

Movimento unificado foi realizado na quarta-feira contra gestão do prefeito Dr. Pessoa (Foto: reprodução / Twitter)

Antônio Cardoso também requer que a prefeitura participe do processo de negociação. O presidente afirma que durante o período eleitoral foi prometida a melhoria do serviço de transporte da capital, o que não vem acontecendo em mais de um ano de mandado do prefeito Dr. Pessoa. 

"A greve não é legal. Ela disse que tem que rodar os 80% e ela sabe que não temos condições de trabalhar. Muitos querem sair. Nós temos trabalhadores que têm crianças e não tem nenhum centavo. Trabalhadores recebendo por hora, por dia e por aí vão as irregularidade. A gente do sindicato não vai contra o trabalhador. É necessário que o prefeito tome conta da situação. Nós temos inúmeras propagandas dele (prefeito) falando que iria melhorar o sistema e ficou foi pior", disse.

Setut responsabiliza Prefeitura de Teresina

Em nota, o Setut informou que o impasse no transporte coletivo segue devido ao descumprimento da Prefeitura de Teresina com o contrato firmado junto à empresa. Conforme o Setut, os valores calculados resultaram em R$ 71.950.946,51 referentes aos prejuízos acumulados de janeiro de 2021 até fevereiro de 2022. 

Nota do Setut

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que ainda não foi possível um acordo trabalhista em decorrência da gestão da Prefeitura de Teresina persistir descumprindo o contrato firmado junto às empresas. 

O SETUT reforça que tem buscado o diálogo e um consenso efetivo para que soluções sejam apresentadas e segue na expectativa para que a Prefeitura cumpra com o compromisso firmado com as empresas.

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