"Não tenho nada a ver com ônibus", declara Robert Rios sobre crise no transporte coletivo

Vice-prefeito da capital diz não ter relação com o atual impasse e precariedade do sistema de transporte

Por Jade Araujo,

Circula nas redes sociais um vídeo do vice-prefeito de Teresina, Robert Rios, falando sobre a crise no transporte coletivo de Teresina. O gestor municipal mostra descaso com a atual situação do sistema e afirma "não ter nada a ver com com ônibus".

A declaração gerou incômodo em populares que lembraram do vice, durante promessas da campanha eleitoral, criticando o sistema de transporte público da capital e que com a atual gestão os problemas seriam solucionados.

Robert Rios declara não ter nada a ver com a situação do transporte coletivo da capital (Foto: reprodução/Ascânio Repórter Popular)

"Olha, eu não tenho nenhum ônibus, eu não sou usuário de ônibus, eu não sou empresário de ônibus, eu não sou motorista de ônibus, eu não sou cobrador de ônibus, não tenho nada a ver com ônibus. Me arranja outro tipo de confusão que eu aceito. Agora ônibus eu não tenho nada a ver com ônibus. É um problema de empresas, empregados e do Tribunal do Trabalho", declarou Robert Rios em vídeo gravado por Ascânio Repórter Popular.

Nesta sexta-feira (25) motoristas e cobradores entram no quinto dia de greve reivindicando direitos básicos como salário, ticket alimentação e plano de saúde. 

Entenda o caso

A crise no transporte público de Teresina já dura dois anos. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e a desembargadora Liana Chaib se reuniram, mas sem acordo entre as partes na quinta-feira (24). Os trabalhadores pedem assinatura da convenção coletiva de trabalho e o retorno de benefícios, como o ticket alimentação. 

"A categoria continua de braços cruzados. A gente sabe da decisão, mas os trabalhadores não têm condições de trabalhar nesses termos. Tem contracheque de R$ 400, R$ 500, R$ 600. A convenção se tornou hoje mais importante do que a CLT porque eles não obedecem. Nenhum trabalhador sabe quando vai receber", afirma o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso. 

Movimento unificado foi realizado na quarta-feira contra gestão do prefeito Dr. Pessoa (Foto: reprodução / Twitter)

O Setut responsabiliza a Prefeitura de Teresina pelo atraso no pagamento da categoria. Em nota, o Setut informou que o impasse no transporte coletivo segue devido ao descumprimento da Prefeitura de Teresina com o contrato firmado junto à empresa. Conforme o Setut, os valores calculados resultaram em R$ 71.950.946,51 referentes aos prejuízos acumulados de janeiro de 2021 até fevereiro de 2022. 

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