A Importância das cotas na transformação de vidas

Cotas no Ensino Superior: Portas que Podem Mudar Vidas

A implementação de cotas raciais e sociais no ensino superior abriu caminho para que muitos jovens negros, indígenas e de comunidades periféricas ingressassem em universidades públicas. No entanto, a simples entrada por meio das cotas não garante necessariamente uma transformação significativa na vida desses estudantes, conforme aponta a jornalista Flávia Ribeiro.

Desafios Após a Ingressão

Flávia Ribeiro, autora do livro "Comunicação, Interseccionalidade e Decolonialidade", foi aprovada em um programa de mestrado na UFPA em 2021 por meio do sistema de cotas raciais. Vale ressaltar que a sua pontuação teria sido suficiente para a aprovação mesmo sem a política de cotas.

Após concluir o mestrado, Ribeiro permaneceu trabalhando no mesmo local e residindo na mesma região periférica, indicando que poucas mudanças significativas ocorreram em sua vida pós-ingresso na universidade.

De acordo com a pesquisadora, para pessoas negras, indígenas e moradoras de periferias, a mera oportunidade de estudar não garante automaticamente a abertura de novas portas. É comum que profissionais pertencentes a esses grupos enfrentem desemprego ou condições precárias de trabalho mesmo após sua formação acadêmica.

Novas Perspectivas

Embora os desafios permaneçam, Flávia Ribeiro defende que a educação ainda representa uma oportunidade de adquirir argumentos sólidos para lutar por melhores oportunidades. Ela ressalta que as cotas oferecem a chance de transformar a história das famílias negras, romper ciclos de pobreza e iniciar um novo padrão de vida, possibilitando a entrada em espaços historicamente inacessíveis.

A pesquisadora destaca que, embora nada seja garantido, as cotas abrem novas perspectivas de vida. Como exemplo, ela menciona que sua dissertação premiada a levou a ser convidada para eventos em São Paulo e a publicar seu primeiro livro, representando conquistas não apenas pessoais, mas também para indivíduos em situações semelhantes.

Fonte: Instagram @negra_amazonida

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