Restrição a celulares nas escolas estaduais melhora a concentração dos alunos
Nova medida proíbe uso de dispositivos sem autorização e promove ambiente mais produtivo
O início do ano letivo de 2025 trouxe mudanças significativas para a Rede Pública Estadual de Ensino, com a aplicação da lei nº 8563/2025, sancionada pelo governador Rafael Fonteles, que restringe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos em escolas públicas e privadas do Piauí. A nova regra proíbe o uso de aparelhos como celulares, tablets e relógios inteligentes sem autorização prévia ou fora de atividades pedagógicas planejadas.

Segundo o secretário de Educação, Washington Bandeira, essa medida exige uma parceria efetiva entre escolas e famílias, com o objetivo de conscientizar sobre os impactos negativos das distrações digitais no ambiente escolar.
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Especialistas apontam que a medida busca aumentar o foco e a concentração dos estudantes, combatendo os efeitos prejudiciais do uso excessivo de dispositivos eletrônicos. Para o psicólogo da Seduc, Matheus Asmassallan, o uso inadequado de celulares prejudica o processo de ensino e aprendizagem.
“Nós entendemos que a escola é um local para aprender, de estar concentrado, focado naquele processo. Essas mídias concorrentes, se não tiverem um fim pedagógico planejado e articulado pela equipe institucional da escola, são muito prejudiciais para nosso processo de ensino e aprendizagem”", explica.
Alunos e professores também demonstram otimismo. Para Lucas Albuquerque, estudante do Ensino Médio, a medida ajuda a evitar distrações e favorece a preparação para exames importantes, como o Enem. “Eu usava muito (celular). Mas entendo que essa lei foi criada para os alunos focarem mais nos estudos e não se distraírem tanto assim. Realmente, o celular tira a concentração”, reflete o jovem.
A transição para o novo contexto exige adaptação, mas a comunicação clara tem sido fundamental para evitar resistências. Segundo a coordenadora pedagógica do CETI Duque de Caxias, Dayhany dos Santos, o diálogo com os alunos é essencial. “Tudo que é novo assusta, mas eu acredito que a forma como estamos repassando, de uma maneira muito tranquila, explicitando as regras, fazendo uma vistoria cuidadosa, os alunos tendem a não ter resistência. Com uma boa comunicação, eles irão sim acatar a nossa orientação”, afirma.
A experiência de escolas que já adotavam restrições ao uso de celulares há anos reforça os benefícios da iniciativa. No CETI Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves, o regimento interno vem limitando o uso de smartphones há uma década, com resultados positivos para a aprendizagem. Conforme destaca Darkson Machado, diretor do CETI Augustinho Brandão, a restrição, acompanhada de alternativas como laboratórios de informática, já mostrou impacto positivo no desempenho dos alunos.
“A normativa contribui nos dando, agora, embasamento na lei. A escola tem bons resultados com essa restrição há alguns anos. Uma aula planejada, avisada, eles têm a liberdade, sob o comando do professor, de usar a tecnologia. Além disso, a escola tem um laboratório de informática à disposição dos estudantes. Então, nunca foi um problema a questão da restrição. Pelo contrário, foi uma ferramenta muito útil para impactar a aprendizagem”, pontua.
A nova lei, aplicada em toda a rede estadual, busca replicar esse sucesso, oferecendo um ambiente mais produtivo e focado para os estudantes. Com esforços conjuntos entre escolas, famílias e alunos, a expectativa é de que a iniciativa transforme a dinâmica educacional e eleve os índices de aprendizado no estado.
Fonte: Governo do Piauí