Custo de adutora em São João do Piauí aumenta 54% em 6 meses
Obra está sendo construída por um irmão do senador Marcelo Castro, do MDB
O Governo do Estado do Piauí, através da Agespisa, está executando as obras de implantação do sistema adutor que vai levar água da Barragem Jenipapo até a cidade de São João do Piauí, com cerca de 16 quilômetros de extensão.
O valor inicial da obra, conforme contrato celebrado em 16/02/2024, seria de R$ 16.420.000,00.

A empresa contratada para a execução dos serviços foi a Construtora Construnova Ltda, que tem como sócio administrador José Dias de Castro Junior, irmão do Senador Marcelo Castro e tio do deputado federal Castro Neto.
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A Construnova foi a única construtora a apresentar proposta na licitação realizada, que chegou a ter uma outra empresa participante, mas foi desclassificada ainda na fase de habilitação.
Dessa forma, em 03 de julho passado foi realizado o primeiro aditivo ao contrato, aumentando seu valor em R$ 4.017.580,93 (quatro milhões, dezessete mil, quinhentos e oitenta reais e noventa e três centavos).
O aditivo também estendeu o prazo de conclusão da obra de 14/07/2024 para o próximo dia 14/11/2024, daqui a duas semanas.
Mesmo com o acréscimo inicial de 24,46% no valor da obra, os recursos teriam se mostrado insuficientes.
Assim, no último dia 02 de setembro foi celebrado um novo contrato no valor de R$ 4.975.000,00 (quatro milhões, novecentos e setenta e cinco mil reais) que tem como objeto a “contratação de empresa especializada de engenharia para implantação da 2ª etapa do sistema adutor do município de São João do Piauí”.
O novo contrato foi celebrado com a mesma construtora: a Construnova, que não chegou a concluir, ainda, o que seria a primeira etapa das obras.
Com isso, o custo inicial do sistema adutor, que seria de R$ 16,4 milhões de reais, saltou para mais de R$ 25,4 milhões de reais (R$ 25.412.580,93), num espaço de tempo inferior a seis meses.
Agua que chega às torneiras é impotável
O sistema adutor de São João do Piauí é uma reivindicação da população que, atualmente, além de sofrer com frequentes suspensões no fornecimento, recebe água impotável em suas residências.
Após solicitação do Ministério Público, por meio do PROCON/MPPI, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Estado do Piauí-Agrespi elaborou relatório de inspeção e constatou índices elevados de metais, que tornam a água imprópria para consumo humano.
A Portaria nº 2.914, de 2011, do Ministério da Saúde, estabelece como valores máximos permitidos de 0,3 mg/l para Ferro e 0,1 mg/l para Manganês em águas de abastecimento público.
Em São João do Piauí, no entanto, a Agrespi chegou a coletar água em uma residência que mostrou 5,2 mg/l de ferro e até 9,01 mg/l de manganês.
Além disso, a água apresenta teores de turbidez, cor aparente, alumínio e cloro residual livre acima dos parâmetros de potabilidade.
O alto teor desses elementos pode gerar, segundo especialistas, problemas no fígado, pâncreas e coração, como também no sistema nervoso central, provocando sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza.
Além disso, a população reclama que a água, além de não servir para consumo, deixa pia e privada amareladas, mancha tecidos e roupas, apresenta mau cheiro, além de gerar outros inconvenientes.
Fonte: Portal AZ