Gleisi Hoffmann nega "gastança" do governo e atribui aumento de despesas à Selic
Ministra defende cumprimento do novo arcabouço fiscal e critica altas de juros pelo BC
Após uma série de críticas do Congresso sobre a dificuldade do governo em controlar os gastos, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira, 21 de junho de 2025, que não há uma "gastança" por parte do Executivo que comprometa as contas públicas. Em uma publicação no X (antigo Twitter), ela destacou que a gestão petista tem cumprido "rigorosamente" o novo arcabouço fiscal, e responsabilizou o aumento das despesas pelas sucessivas elevações da taxa Selic pelo Banco Central.

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Gleisi rebatou as alegações de que o governo estaria gastando excessivamente, afirmando que "é falso falar em 'gastança'" e que o novo arcabouço fiscal estabelece limites para as despesas, os quais estão sendo respeitados. Ela criticou a administração anterior, afirmando que a Lei do Teto de Gastos foi ignorada durante o governo de Jair Bolsonaro e do ex-ministro Paulo Guedes. "A responsabilidade e o esforço fiscal do governo do presidente Lula são inegáveis, ou não teríamos reduzido o déficit primário de 2,3% para 0,09% do primeiro para o segundo ano do governo", destacou.
A ministra contestou uma reportagem da Folha de S. Paulo, que indicava que o ritmo de crescimento dos gastos no terceiro mandato de Lula foi quase o dobro da arrecadação. Para Gleisi, o verdadeiro motor do aumento das despesas são os juros da dívida, que devem atingir R$ 1 trilhão este ano devido às altas taxas. "São os interesses do sistema financeiro que estrangulam o Orçamento, e não os investimentos em áreas essenciais como educação, saúde e infraestrutura", escreveu.
Apesar da defesa do governo, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se manifestaram publicamente contra o aumento dos gastos, especialmente após a elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que está prestes a ser rejeitada pelo Congresso. Especialistas em contas públicas também criticaram a falta de controle sobre as despesas obrigatórias no início do mandato.
Em meio a crescente insatisfação popular, o governo tenta ampliar programas sociais com vistas às eleições de 2026. A popularidade da gestão Lula tem mostrado sinais de queda, e a equipe de comunicação está trabalhando arduamente para melhorar a imagem do Executivo. Um dos esforços recentes inclui um comercial de tevê intitulado "Bye Bye, conta de luz", que promete zerar as faturas de energia para 60 milhões de brasileiros. No entanto, não há garantias de que as propostas serão aprovadas pelo Congresso.
Fonte: Correio Braziliense