Agentes da Abin ameaçam greve em protesto contra diretor indiciado pela PF

Assembleia na próxima segunda-feira (23) discutirá ações contra Luiz Fernando Corrêa

Por Dominic Ferreira,

Os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgaram uma nota nesta sexta-feira, 20 de junho de 2025, convocando uma assembleia para a próxima segunda-feira, 23 de junho. Durante a reunião, a categoria discutirá a exigência de afastamento do diretor-geral da entidade, Luiz Fernando Corrêa, e a possibilidade de decretar greve como forma de pressão para a sua saída.

Foto: Antônio Cruz/Agência BrasilAtaque ocorreu entre 2022 e 2023.
Ataque ocorreu entre 2022 e 2023.

 Os servidores da Abin já haviam solicitado, na última terça-feira (17), a demissão de Corrêa, que permanece no cargo apesar de ser suspeito de prejudicar as investigações sobre o uso indevido do serviço de inteligência pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O diretor-geral foi indiciado pela Polícia Federal no relatório final que investiga a chamada "Abin paralela", uma estrutura que teria sido utilizada para espionar ilegalmente opositores políticos e atacar a integridade das urnas eletrônicas.

Corrêa, que foi mantido em sua posição pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está entre os 35 indiciados na investigação, enfrentando acusações de agir em conluio com outros servidores para dificultar as apurações.

Na nota divulgada pela Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin), o descontentamento com a permanência de Corrêa no cargo é evidente. A entidade critica a "ausência de diálogo e de ações" por parte do Ministro da Casa Civil em relação aos servidores da Abin. Durante a assembleia, os servidores discutirão um "indicativo de greve em protesto ao tratamento dispensado pelo governo federal à Inteligência de Estado do Brasil".

Além da situação de Corrêa, a Intelis também menciona outros problemas que afetam a categoria, como a falta de controle sobre questões sigilosas por parte da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.

Um relatório da Polícia Federal revelou que o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foi identificado como o "idealizador" de uma estrutura de espionagem ilegal criada durante o governo de seu pai. O esquema, conhecido como "Abin paralela", teria monitorado cerca de 1,8 mil celulares, incluindo alvos como servidores públicos, ministros, jornalistas, artistas e deputados.

Fonte: Correio Braziliense

Saiba mais sobre:

Comente

Pequisar