Secretaria diz que esvaziou leitos de UTI depois de tratar pacientes com cloroquina em Floriano

O tratamento tem como base o conhecimento adquirido de médicos espanhóis que estão na linha de frente da doença em Madri

Por Fernanda Gil Lustosa,

O protocolo de tratamento a paciente com Covid-19 adotado pelo Hospital Tibério Nunes, na cidade de Floriano tem chamado atenção da comunidade médica em todo o país, pelos números positivos que vem apresentando. A unidade foi uma das primeiras a ofertar na rede de Atenção Básica do município a cloroquina e azitromicina, medicação utilizada no tratamento.

Hospital em Floriano trata pacientes com cloroquina e deixa UTIs vazias (Foto:Google Maps)

"O que nós estamos fazendo é o tratamento na segunda semana. Estamos recebendo pacientes com alterações na anatomia dos pulmões. Nós temos feito uma corticoperapia, que é a aplicação de um antiflamatório potente na veia que regride a lesão e o paciente tem uma melhora quase que imediata, cerca de 24 horas depois”, explica Justino Moreira, diretor do Hospital.

O tratamento tem como base o conhecimento adquirido de médicos espanhóis que estão na linha de frente da doença em Madri, através da troca de experiências entre a médica Marina Bucar, florianense radicada na Espanha que já tratou mais de 600 pacientes na Europa. Esse tratamento dura de 3 a 5 dias.

Paciente curada com o tratamento (Foto:Secom Floriano)

Se o paciente não evolui bem na primeira fase do tratamento e apresenta sintomas moderados com alteração radiológica ele seguem para internação hospitalar. Neste estágio, os médicos costumam adotar a pulsoterapia com metilprednisolona na fase inflamatória.

“Ainda é um número pequeno, mas animador. Considero um divisor de águas que se não puder ser incorporado aos protocolos oficiais nesse momento deveriam estar disponíveis na rede hospital do estado para que os médicos exerçam sua autonomia com o consentimento dos pacientes”, disse Justino Moreira.

Segundo o Secretário de Saúde de Floriano, James Rodrigues, a preocupação das autoridades de segurança é garantir o tratamento já nos primeiros sintomas e assim barrar o agravamento da doença. “Com a medida, podemos diminuir muito o número de pessoas internadas nas UTIs do Tibério Nunes”, disse.

O vírus no corpo

Justino Moreira explica que a primeira semana da doença é o período em que o vírus está circulando no corpo, podendo apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, a falta de gosto e de cheiro.  

"A partir desse momento, a gente tem introduzido aqui em Floriano medicações como a hidroxocloroquina de forma precoce. Não temos dados para saber se tem uma evidência boa, mas é o que a gente vem usando no momento".

A Secretaria de Saúde de Floriano adquiriu trezentos kits da medicação utilizada em fase inicial do tratamento da Covid-19 (cloroquina e azitromicina). Esse método foi dividido em duas fases, o primeiro é utilizado no tratamento de pacientes acometidos em fase inicial pela Covid-19. A medicação está disponível na Rede Municipal de Saúde, especificamente, na Unidade Básica de Saúde Funasa, referência para atendimento em casos de síndromes gripais.

Além da medicação, a Secretaria de Saúde de Floriano monitora os pacientes através de exames específicos, como eletrocardiograma, o que garante maior eficácia ao tratamento desenvolvido. No tratamento disponibilizado, ainda na Atenção Básica em Floriano, o paciente com dois dias de sintomas é submetido a medicação prescrita pelo médico responsável com duração de cinco dias.

UTIs vazias

Floriano conta com 17 pacientes infectados, 8 recuperados, sem óbitos. No Piauí, são 1.332 casos de contaminação pelo vírus, com 299 internados (98 em UTIs) e 45 mortes e 236 altas médicas. Dos casos confirmados, 299 estão internados, sendo 98 em UTIs. No Brasil já são mais de 11 mil mortos e 162.699 casos da doença.

*Com informações da Prefeitura de Floriano

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