Siga o dinheiro!

Siga o dinheiro!

Um homem foi preso pela Polícia Federal na noite de segunda-feira em Teresina, com R$ 360 mil, em cédulas de R$ 50 e R$ 100, escondidas em uma mochila e nos compartimentos do interior do veículo que ele dirigia. Há um inquérito em curso e a PF não deu maiores detalhes, mas dinheiro não dá em árvore e seu uso em espécie, quando em valores tão elevados, sempre aponta para o cometimento de um crime ou mais crimes. No caso atual, parece que ilício eleitoral, a conhecida compra de voto. A oposição ao governo petista que há 20 anos comanda o Piauí afirma que o dinheiro estava com uma pessoa ligada ao candidato Rafael Fonteles. O PT, que por anos avocou para si um inexistente monopólio da honestidade, trata o assunto como fake news, mas difícil tapar o sol com a peneira ante o fato de que com o homem preso foram achadas pelo menos 4.000 cédulas de real. Assim, parece adequado que se faça como sugerido pelo Garganta Profunda, a fonte dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal Washington Post, durante o caso Watergate, na primeira metade da década de 1970: sigam o dinheiro. As mais de 4.000 cédulas de real encontradas com uma pessoa saíram e algum lugar e quem as forneceu é um dos elos dessa cadeia de ilicitudes que a Polícia Federal precisa investigar. Mais ainda: se uma pessoa transporta milhares de notas de R$ 100 e R$ 50 sem que consiga declarar a origem do dinheiro, mais do que lavagem de ativos, pode-se estar diante de outros crimes em série. Tem mais: uma única pessoa não comete esse tipo de crime. Há uma organização criminosa atuando, porque não se consegue a disponibilidade de tantas cédulas de real sem uma logística para saque bancário, retirada em empresa de transporte de valores ou qualquer empresa que movimente tanto numerário. O crime sob investigação não é simples nem cometido por uma só pessoa. Se a PF seguir o conselho do “Deep Throat” para “follow the money” pode ser que se saiba quem é o beneficiário da dinheirama apreendida.

Marden Meneses classificou de pedalada fiscal a aprovação de um projeto de lei que libera o governo a gastar recursos de empréstims do BB e Itaú (Foto: Portal AZ)

Pedalada

O deputado Marden Meneses, do PP, classificou de pedalada fiscal a aprovação de um projeto de lei de autoria da governadora Regina Sousa que libera o governo para gastar recursos de empréstimos com o Banco do Brasil e Itaú.

O projeto abre crédito adicional com recursos de empréstimos – em geral usado para investimentos, mas que neste caso vai terminar no saco de fundo das despesas de custeio.

Cheque em branco

A aparente simplicidade da proposta cabe uma avenida de interpretações e, claro, de possibilidades para malfeitorias em geral.

A governadora Regina Sousa pede que os deputados estaduais votem uma lei que autoriza o uso de centenas de milhões de reais que deveriam ser usados no exercício fiscal de 2023. Ele está pedindo um cheque em branco.

Contorcionismo contábil

O texto da lei diz simplesmente que se cancelam restos a pagar decorrentes das operações de créditos e o espaço fiscal criado, ou seja, o dinheiro que decorre dessa autorização legal, passa a ser contabilizado como um superávit financeiro ocorrido em 2021. Percebam a sutileza: cancelam-se despesas feitas em 2022 que deveriam ser pagas em 2023, usando-se neste ano, para despesas que não se sabe quais, recursos que o truque legal determina como resultado de um superavit que não existiu, a não se na lei que Regina Sousa quer aprovar na Assembleia.

Tá tudo certo

O projeto da governadora ainda não foi a plenário, mas na Comissão de Constituição e Justiça o deputado Francisco Lima, do PT, relator da matéria, afirmou que está tudo certo. Ele como representante do governo acatou a argumentação do Palácio de Karnak sobre a legalidade da medida.,

Pode sim

Segundo a leitura palaciana, cancelamento de restos a pagar oriundos dos empréstimos do BB e Itaú, “gera disponibilidade financeira que pode ser antecipada para ser utilizada ainda em 2022”

Lima diz que a medida permite maior eficiência na aplicação dos recursos públicos ao direcionar os valores a obras com cronogramas mais adiantados.

Copia e cola

O projeto tramitou também pela Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa.

Lá, foi relatado pelo deputado estadual governista Dr. Hélio, que copiou e colou em seu parecer os argumentos palacianos usados pelo colega Lima, da CCJ.

The flash

Impressionante a rapidez com que essa liberação de recursos, a 11 dias da eleição de governador, se deu: o projeto começou a tramitação ontem, 21 de setembro. Foi protocolizado sob o número 535/2022, às 9 horas, 19 minutos e 49 segundos. 

Tudo ligeiro

A impressionante eficiência dos deputados do Piauí fez com que num mesmo dia dois pareceres fossem emitidos e que a matéria ficasse pronta em menos de três horas para ser encaminhada a plenário.

Uma coisa nunca vista, algo tão feito a toque de caixa que dá para desconfiar.

Festival de crimes

Sob alegações aceitas pela Justiça Eleitoral de promover postagens fraudulentas, ofensivas, racistas e até comprovadamente falsas, publicadas em rede social, o perfil denominado “TV Piqui” foi retirada do ar de acordo com decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).

Só depois

Todos os perfis da “TV Piqui” em diversas plataformas digitais da denominada vão ser retirados do ar até o dia 3 de outubro.

A decisão foi expedida ontem, quarta-feira (21) pelo juiz Marcelo Leonardo Barros Pio.

Nova lei

Desde ontem, o Judiciário do Piauí é regido por uma nova lei que trata de sua organização e divisão. É um diploma legal com 145 artigos.

Como a gente que escreve essa coluna cada vez menos entende de leis e menos ainda de Judiciário do Piauí, vamos deixar o link para quem quiser ver a lei.

http://www.diariooficial.pi.gov.br/diario.php?dia=20220920

Divisão

A lei estabeleceu 61 comarcas no Piauí e criou, além dos termos judiciais, uma repartição judicial intermediaria entre a comarca e o termo, chamada de posto avançado.

Os postos avançados criados são comarcas agregadas às comarcas de cidades maiores, ou seja, a lei extinguiu 23 comarcas.

A lista

Se você não clicou no link da lei e vamos informar que as cidades que deixam de ter comarcas, ou seja, não têm mais um juiz para suas demandas, são as seguintes: Arraial, Nazaré do Piauí, Francisco Santos, Santa Cruz do Piauí, Alto Longá, Beneditinos, Palmeirais, Curimatá, Marcolândia, Campinas do Piauí, Conceição do Canindé, Paes Landim, Pimenteiras, Aroazes, São Félix,Anísio de Abreu, Bertolínia, Eliseu Martins, Antônio Almeida., Redenção do Gurgueia, Várzea Grande e Joaquim Pires.

Conselho perfeito

Tuite do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Brito:

“Não está à altura do voto quem vota em quem não está à altura do cargo.”

Vale para todos, todos, mesmo.

Viva Elvira

A querida, queridíssima Elvira Raulino completou ontem 76 anos de vida. Ela não é somente até hoje a jornalista mais importante a tratar como notícia acontecimentos sociais na cidade, é a mulher que fez história do jornalismo do Piauí e merece de todos nós o aplauso e o agradecimento.

Piso da enfermagem

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) é o relator do projeto de lei que busca assegurar os recursos necessários para o pagamento do piso salarial da enfermagem, ainda neste ano. A votação no Senado será na próxima semana, mas Castro ainda terá que esperar a aprovação da proposta na Câmara.

Divulgação

Com o governo proibido pela lei eleitoral de fazer publicidade, anteontem Regina Sousa assinou o decreto número 21.526, que abriu crédito suplementar de R$ 3 milhões para “divulgação dos programas, metas e ações do governo à sociedade em geral”.

Ping-pong

Um Bolsonaro completo

Em viagem a Piripiri, os historiadores Rodrigo Caetano, Pedro Thiago Melo e Ferdinand Almeida vão jantar no Restaurante Cotonete. Pedro Thiago, menino religioso e que não bebe, pede que o garçom traga uma mini- jarra de suco de laranja.

Rodrigo: “Não! Traga mais, traga logo um Bolsonaro completo!”

Ferdinand Almeida: “Nem que para isso o senhor tenha que espremer todos os parlamentares do partido do presidente”;

Originalmente publicado em 25 de fevereiro de 2019.

Expressas

Um homem de 40 anos, foi preso pela PF no bairro Angelim, zona Sul, com material de abuso sexual infanto-juvenil.
 
A PF apreendeu 360 mil reais, em notas de RS 50,00 e R$ 100,00, que estavam em um veículo.
 
Em nota a polícia declarou que os recursos supostamente seriam destinados a custear uma campanha eleitoral.

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