Números mágicos

Números mágicos

Somente sete dias nos separam das eleições para governador do Piauí e começam as projeções dos estatísticos de ocasião, como o senador Marcelo Castro, que prevê ampla vitória do seu candidato Rafael Fonteles, no interior e litoral, com um “empate técnico” em Teresina. Chico Lucas, coordenador da campanha do petista, em surto de otimismo de quem torce, mas não racionaliza, postou em rede social que Fonteles vencerá em Teresina com 50 mil votos e no estado com 400 mil votos. Como em eleição como na mineração, só depois da apuração, esperemos, mas convém lembrar que houve, por parte de Wellington Dias a maior vantagem numérica sobre um adversário em 2014. Dias, com todo mundo ao seu lado, enfrentando um governador-tampão, Zé Filho, que tinha o carisma de uma lata de sardinha, ficou com 1.053.342 votos, contra 555.021 votos. Quatro anos depois, novamente com uma oposição fraca e fragmentada, o ex-governador renovou seu mandato, mas perdeu para si próprio, pois teve menos votos que quatro anos antes, sendo reeleito com 966.469 votos – 86.873 votos a menos que na sua terceira reeleição, em 2014. Em 2018, disputado contra o folclórico Dotô Pessoa o interesse do eleitor de Teresina, Wellington Dias levou a melhor, mas nem tanto, porque ficou com pouco mais de um terço dos votos válidos (35,49% ou 148.389 votos), enquanto pessoa ficou com 30,02% ou 125.536 votos. Dias, governador e ainda com um mandato mais bem avaliado que o atual entre os teresinenses, patinou na conhecida baixa aceitação do PT em Teresina. Aliás, em 2018, os votos dados aos candidatos que se opunham ao ex-governador somaram 260 mil. Diante disso o “empate técnico” do senador Castro e o otimismo militante do Dr. Chico Lucas carecem mais ser classificados como números mágicos.

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As leituras das pesquisas indicam uma vantagem para Sílvio Mendes 

Decisão

Cravar resultados eleitorais no Piauí hoje é uma temeridade, mas as campanhas que polarizam acertam em apontar para a possibilidade de se fechar a disputa em primeiro turno.
Como as candidaturas com menor densidade eleitoral não obtiveram até aqui um volume de votos considerável para levar a disputa à segunda rodada, domingo é final de campeonato.

Sem time

As leituras das pesquisas indicam uma vantagem para Silvio Mendes, mas não parece ser exatamente esse o mais importante diferencial a favorecer o candidato da oposição.
O que difere em favor dele é que, pela primeira vez nos últimos oito anos, o governo não vai ter o refresco de vencer por W.O.

Memória

Wellington Dias disputou sua primeira eleição a bordo da máquina partidária do PMDB, atual MDB. Não se tratou de vitória somente pessoal, como querem fazer os que escrevem a história a partir de suas visões particulares.

Galinhas mortas

As três eleições seguintes que Dias enfrentou pessoalmente como candidato a governador (2006, 2014 e 2018) ele esteve ou com a caneta de governador à mão )2006 e 2018) ou sem um candidato competitivo – Mão Santa abandonado por uma banda do PMDB em 2006; Zé Filho um governador ruim de doer, em 2014, Dotô Pessoa em 2018.

Estruturas

O que temos agora é um embate de esquemas políticos que se posicionaram em polos diferentes na disputa – o contrário do que ocorreu sucessivamente entre 2006 e 2018.
A gigantesca máquina governista do Piauí, que os bobinhos da militância virtual querem chamar de esquerda, agora olha diante de si outra máquina partidária com grande força.

Projetos

Segundo o site da Assembleia Legslativa, estão prontos para irem a plenário dois projetos de lei que passaram a toque de caixa pelas comissões técnicas da Assembleia Legislativa estão prontos para ser votados nesta semana. Um autoriza uso de recursos do Fundef entre 2022 e 2024. O outro determina que o governo pode usar recursos de empréstimos como superávit fiscal para gastos neste ano.

The flash

Ocorre é que sob o comando do candidato a vice-governador de Rafael Fonteles, a Assembleia Legislativa do Piauí aprova leis com a velocidade com se faz pastel.
Portanto, enquanto o site da Alepi informa uma posição de tramitação de um projeto de lei do Executivo, no Diário Oficial do Estado já tem é a lei sancionada.

A lei

No dia 23, sexta-feira, Regina Sousa tornou lei um projeto que ela encaminhou à Assembleia Legislativa em 21 de setembro.

A lei autoriza o Poder Executivo (ou seja, o governo dela e de Wellington Dias) a abrir crédito adicional com fonte de recursos oriundos de cancelamento de restos a pagar referentes às operações de crédito junto ao Banco do Brasil S.A. (Lei n° 7. 377 de 11 de maio de 2020) e ao Banco Itaú S.A. (Lei 7.555 de 12 de agosto de 2021).

Truque fiscal

Vamos rememorar aqui o que se disse no dia 22 de setembro sobre essa proposta do governo petista do Piauí: trata-se de contorcionismo contábil que consiste em se cancelar restos a pagar decorrentes das operações de créditos, fazendo com que o dinheiro que decorre dessa autorização legal seja contabilizado como como um superávit financeiro ocorrido em 2021.

Sutileza

Conforme se disse aqui, cancelam-se despesas feitas em 2022 que deveriam ser pagas em 2023, usando-se neste ano, para despesas que não se sabe quais, recursos que o truque legal determina como resultado de um superavit que não existiu, a não ser na lei que Regina Sousa quer aprovar na Assembleia.

Fundo

Uma lei estadual publicada na sexta-feira cria o Fundo de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí – Fundapi, que estará vinculado à Agência de Defesa Agropecuária – Adapi - com a finalidade de estimular e ampliar as ações do órgão, garantir os recursos necessários à execução das ações de emergência sanitária como meio de salvaguardar a saúde pública e o desenvolvimento da agropecuária piauiense.

Proaja em ação

O Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos, Proaja, cheio de erros e malfeitorias, segue recebendo aporte de recursos.

O decreto Nº 21.533, de 23 de setembro de 2022, assinado por Regina Sousa na sexta-feira, destina R$ 10 milhões àquele sumidouro de dinheiro público.

 Ping-pong

O dia do fim

Em meio à visita do Presidente Lula e de seus ministros aos alagados em Tersina, o jornalista Genésio Araújo, dono do Diário do Maranhão, editado em Timon, se encontra com o coordenador do Fome Zero no Piauí, Simplício Mário.

Genésio: “Simplício, meu filho, eu quero lhe dar os palabéns...”
Simplício: “Mas Genésio, por quê?”
Genésio: “É que você vai ser o futuro prefeito de Piripiri e vai expulsar todos os cornos de lá”.
Simplício: “Assim eu acabo a cidade”.
Genésio: “Vai não, eu me mudo pra lá”.

Originalmente publicado em 5 de fevereiro de 2004.

Expressas

No penúltimo debate entre os presidenciáveis, o candidato Lula foi o alvo de todos os adversários que disputam o Palácio do Planalto. 
 
Um carregamento de um produto não conhecido foi apreendido em Teresina.
 
Foi encontrado quase 14 toneladas de um pó branco, refinado e sem odor.

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